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José Wenzel fala sobre livro que conta a história do sanatório de Santa Cruz

Publicado em: 13 de agosto de 2024 às 20:53 Atualizado em: 14 de agosto de 2024 às 08:22
  • Por
    Mônica da Cruz
  • Foto: Eduardo Wachholtz/Grupo Arauto
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    No Dia do Psiquiatra, professor concedeu entrevista ao programa Direto ao Ponto, da Arauto News

    Nesta terça-feira (13), dia do psiquiatra, o pesquisador José Alberto Wenzel, em entrevista ao Grupo Arauto, falou sobre o processo de escrita do livro Vida Nova: a história do Sanatório Kaempf. A obra conta detalhes da clínica psiquiátrica de Santa Cruz do Sul que até hoje permeia o imaginário da população.

    O pesquisador revela que o interesse pelo local surgiu entre 1997 e 1999, quando atuou como secretário de Saúde de Santa Cruz. A partir disso, Wenzel começou a ler sobre os sanatórios e a se aprofundar na história da clínica psiquiátrica, que ele conhecia tão bem de vista. “Toda uma região tinha como referência o sanatório. As pessoas diziam ó, eu moro para lá do sanatório, eu moro antes do sanatório. Então, desde a infância eu tenho essa memória e, claro, as histórias que contavam, verdadeiras lendas que se formaram em torno do sanatório”, relata.

    A narrativa busca resgatar os 110 anos de história do Sanatório Kaempf, que funcionou até 1999. O livro, segundo o pesquisador, é dividido em três capítulos representando as principais fases do local. O primeiro é o da hidroterapia, de 1889 a 1918, que relata a instalação e desenvolvimento até a morte do fundador.

    O segundo, de 1919 a 1969, retrata a expansão e o período do Hospital Geral. E, por fim, o terceiro capítulo foca na Clínica Psiquiátrica, que ocorreu de 1970 a 1999, e que permanece mais viva na memória da comunidade. “São 110 anos e fazem parte dessa história mais de 100 mil pessoas que passaram por ali”, revela.

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    Wenzel relata que para a produção da obra literária foi preciso visitar o Arquivo Histórico, em Porto Alegre, o Memorial da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), igrejas e, claro, todas as entrevistas com pessoas que, de alguma forma, tiveram relação com o sanatório. “Então, eu procurei onde é que pudesse achar. E, claro, entrevistei centenas de pessoas. A maioria delas me pediu no final da entrevista, olha, não bota meu nome, não fala, não conta nada da minha história, eu estou só te contando em confiança. E, claro, eu tive que respeitar isso tudo. Mas existe um capítulo inteiro sobre depoimentos, o livro é permeado por depoimentos, e eu tentei fazer isso de forma muito respeitosa”, reforça.

    Para o pesquisador, a história Sanatório Kaempf se mescla com a de Santa Cruz e de outros municípios da região. Isso porque, de acordo com ele, muitas pessoas iam até o local para receber diferentes tipos de atendimento. Além disso, Wenzel salienta que pessoas de outros países buscavam o local, que acabou se tornando uma grande referência.

    Sobre o futuro, o pesquisador revelou que já está trabalhando em uma segunda edição do livro. “Eu estou num período de reflexão sobre isso aí, quais foram os acertos, quais foram os equívocos, como é que conduzir uma segunda edição, mantendo o que tem na primeira, mas ampliando, aprimorando e trazendo mais relatos.”

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