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Prioridades

Publicado em: 03 de junho de 2024 às 08:30
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Envergonhada, a menina abriu a mão onde estavam algumas balas


Uma menina – quatro anos – enfiou a mão num vaso e não conseguiu mais retirá-la. De rara beleza, o vaso chinês vinha passando de geração em geração. Todas as tentativas revelaram-se inúteis. Esgotadas as alternativas, apelou-se para a atitude extrema e quebraram o precioso vaso. Aí se deram conta que a menina conservara a mão fechada. “Por que você não abriu a mão?” quis saber a avó. Envergonhada, a menina abriu a mão onde estavam algumas balas.

Parece que este era o sistema dos colonizadores para aprisionar macacos. Colocavam algumas bananas num vaso de abertura mediana. Com banana na mão, o macaco não conseguia retirar a mãozinha e era capturado.

Na vida temos muitos projetos, por vezes conflitantes. Cada um tem um valor e um preço a pagar. Nossos ganhos, quase sempre, significam alguma perda e a perda pode significar um ganho. É o eterno problema das escolhas. Cada escolha implica algumas renúncias. Na caminhada da vida, encontramos muitas encruzilhadas. Escolher um caminho e renunciar a todos os outros caminhos. É certo que podemos retroceder, mas isto significa, quase sempre, um imenso desgaste.

Muitos não conseguem abrir a mão de alguma coisa e, por isso, complicam a vida. Isto não se refere apenas a coisas materiais. Afeta também sentimentos e emoções. É preciso abrir a mão do ódio e dos hábitos doentios. Abrir a mão da alimentação prejudicial à saúde. Abrir a mão do cigarro, das bebidas alcoólicas e de todos os exageros. É preciso abrir a mão do ódio, da vingança, da mágoa, do pessimismo, da autossuficiência… O ganho será a liberdade e a paz.

Francisco de Assis abriu mão da família, da riqueza, dos sonhos de grandeza, abriu mão até de sua própria roupa. Isto representou a sonhada liberdade. “Agora, sim”, disse ele, “posso chamar a Deus de Pai.” Um dos admiradores de Francisco, Nikos Kasansakis, no livro O Pobre de Deus, lembra que na porta do céu não se entra com muitas bagagens. No Testamento, muitos dizem: “deixo livremente os meus bens…” Na realidade, são obrigados a deixar, caso contrário os levariam para a eternidade.

Na vida, temos prioridades. É importante fazer uma escala delas e ser fiel. Também no caminho que leva ao céu encontramos encruzilhadas.