No dia a dia, a gente tenta controlar tudo
No dia a dia, a gente tenta controlar tudo. Planejamos, fazemos listas, estabelecemos metas. Mas, de vez em quando, a vida mostra que ela tem vontade própria. Coisas acontecem que a gente não espera, e nem sempre dá para entender o porquê. Em nossa jornada pela existência, frequentemente nos deparamos com a ilusão de controle, a crença de que cada aspecto de nossas vidas está sob nosso domínio. No entanto, a verdade é que somos navegantes em um oceano vasto e imprevisível, onde correntes ocultas e ventos súbitos podem alterar nosso curso em um instante. É neste reconhecimento de nossa própria finitude que emerge a serena beleza da dependência de Deus.
Depender de Deus não é sinal de fraqueza, mas a aceitação humilde de que há uma força maior, uma presença amorosa que nos sustenta quando nossas forças falham. Nas escrituras, encontramos inúmeras passagens que nos convidam a confiar no Criador, que nos conhece profundamente e deseja o melhor para nós, mesmo quando as circunstâncias parecem indicar o contrário.
A fé é a ponte que construímos sobre o abismo da incerteza. Ela nos permite caminhar com confiança, mesmo quando não enxergamos o caminho à frente. E essa fé se nutre na confiança de que, embora não possamos entender o "porquê" de cada acontecimento, existe um propósito divino em ação, um tecer misterioso que, um dia, revelará um desígnio de amor e sabedoria.
O abandono em Deus é, portanto, um ato de amor e coragem. É escolher viver com o coração aberto, entregando nossos planos, sonhos e preocupações nas mãos Daquele que é capaz de transformar a dor em crescimento, a perda em ganho e o fim em um novo começo. Ao nos abandonarmos em Deus, somos convidados a viver uma liberdade paradoxal: a liberdade de quem se sabe cuidado, guiado e amado.
Neste abandono, descobrimos a paz que transcende todo entendimento. A ansiedade pelo futuro dá lugar à serenidade do presente, onde cada momento é vivido com plenitude, sabendo que, venha o que vier, estamos em comunhão com o Eterno. Essa confiança nos capacita a olhar para a vida não como uma série de obstáculos a serem controlados, mas como uma aventura a ser vivida, com Deus como nosso companheiro constante.
Portanto, ao sentir que as rédeas da existência escapam de suas mãos, lembre-se de erguer o olhar e soltar as amarras do coração. Permita-se depender de Deus, pois é nessa dependência que encontramos nossa verdadeira força. E dessa forma, com fé, confiança e abandono, caminhamos não apenas sobrevivendo, mas florescendo sob a graça e o cuidado divino.