Decisão ocorreu nessa quarta-feira, em assembleia geral unificada entre Sinfum e Sinprom
O Sindicato dos Funcionários da Prefeitura Municipal de Santa Cruz do Sul (Sinfum) e o Sindicato dos Professores Municipais de Santa Cruz do Sul (Sinprom) emitiram uma nota, nesta quinta-feira (7), contestando a manifestação da Administração Municipal sobre a decisão da deflagração do estado de greve das categorias, que ocorreu nessa quarta-feira (6), após uma assembleia geral unificada na Praça da Bandeira.
Leia mais: Em assembleia, sindicatos de Santa Cruz decidem por estado de greve
Poucas horas depois da assembleia que decidiu por estado de greve, a Prefeitura divulgou um posicionamento oficial, onde afirma que reajustar os salários acima da inflação segue a política de valorização da atual gestão, assegurando ganho real e recompondo eventuais perdas ocorridas em anos anteriores, dentro das possibilidades orçamentárias e do que estabelece a lei de responsabilidade fiscal.
De acordo com a Administração Municipal, foi definida segunda-feira (11) como data para uma nova reunião com os representantes dos sindicatos.
Confira a nota na íntegra:
"Os Sindicato dos Funcionários da Prefeitura Municipal de Santa Cruz do Sul – SINFUM – e o Sindicato dos Professores Municipais de Santa Cruz do Sul – SINPROM – contestam a manifestação pública da atual administração municipal acerca da deflagração do estado de greve, aprovado ontem (06), pelas duas categorias – professores e quadro geral – durante assembleia, realizada na Praça da Bandeira, sobretudo, quando ela alega estar em curso uma “política de valorização”.
Ressaltamos que a atual prefeita – sra. Helena Hermany – fez parte de gestões anteriores, que foram responsáveis pela violenta retirada de direitos, como o vale-alimentação durante o período de férias e afastamentos médicos (seu marido, atual secretário de Obras e então vereador, foi um dos que votou a favor da medida). Ela também é corresponsável pelos mais de 30% de perdas que os servidores, como um todo, acumulam de prejuízo nos seus salários.
Neste sentido, entendemos que 2% de aumento real para uma Prefeitura que informou ter mais de R$ 54 milhões de superávit (gerados pelos trabalhadores e trabalhadoras deste município) não possa ser classificado como “valorização”. Em meio a isso, os servidores, de uma forma geral, estão adoecidos por terem que suprir a falta de funcionários presente em quase todos os setores. Na educação, por exemplo, esta é uma realidade ainda mais alarmante. Não esqueçamos que, aliás, partiu do governo que aí esta a decisão de desligar mais de cem servidores aposentados. Muitos desses postos ainda não foram supridos. Outros terminaram por ser pelas mesmas pessoas, as quais voltaram ganhando a metade do que recebiam.
Por fim, os dois sindicatos, como legítimos representantes do funcionalismo, reiteram que “política de valorização” passa por devolver, ao menos parte, de todos os direitos e perdas que ao longo dos últimos só se avolumam. O quadro geral não recebe insalubridade, periculosidade, risco de vida, para mencionar um caso. Os professores seguem sem ter a lei do piso regulamentada. Todos atuam em condições cada vez mais precárias. Basta vontade política para reverter este cenário.
A luta segue e, nós nos manteremos mobilizados.
Gelso Juaris Job
Presidente do Sinfum
Carla Regina Scheible
Presidente do Sinprom"
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