Venâncio-airense começou a jogar basquete em projetos sociais e após passagem pela base, brilha no time principal
A noite de 13 de novembro de 2023 vai ficar para sempre guardada na memória do jovem venâncio-airense Thaylor Gabriel dos Santos. Foi nessa data, que o jovem ala/armador, de apenas 17 anos, formado nas categorias de base do União Corinthians, estreou como titular pelo clube no Novo Basquete Brasil (NBB) 2023/2024 no duelo entre UniCo e Mogi. Ele já havia atuado nos primeiros jogos da temporada, mas é aquela noite que ficará guardada com carinho. Com direito a um Ginásio Poliesportivo Arnão lotado, o menino, que começou a jogar basquete em um projeto social na quadra da Escola Cidade Nova, dava os primeiros arremessos e saltos para aquilo que um dia era apenas um sonho: ser um atleta profissional de basquete.
Quis o destino que a estreia no quinteto inicial fosse ainda mais especial. Além de ter o prestígio da família na arquibancada – incluindo os tios, grandes incentivadores -, ao olhar para o outro lado da quadra, Thaylor se deparou com Shameel, experiente ala norte-americano e maior cestinha da história do NBB. E cabia ao jovem Thaylor, em seu primeiro jogo como titular, marcar Shameel. Um ano antes, o venâncio-airense estava jogando pela base da equipe de Santa Cruz do Sul e duelando contra os filhos do norte-americano. E naquela noite, além de cumprir a missão dada pelo técnico Rodrigo Silva, o ala/armador ainda acertou uma cesta de três pontos da zona morta, em uma jogada que levantou não só os familiares, mas todo o público presente.
Hoje, ao relembrar aqueles minutos, Thaylor é só sorrisos. Calmo, dedicado e focado nos seus objetivos, ele já atingiu a marca de 18 jogos pelo UniCo na competição nacional, se tornando figura importante na rotação da equipe. Recentemente, contra o São José, em São Paulo, anotou 12 pontos, seu recorde pessoal até aqui no certame. Mas ciente do processo de evolução, que impressiona a quem o acompanha no dia a dia, Thaylor destaca que o papel em quadra é ser um facilitador.
“Nosso elenco tem caras que são muito bons finalizadores como o Duane, Rasa, Kendall e o Enzo. Então a minha característica é facilitar a vida desses caras. Chamar a jogada e passar a bola para eles. E se o Duane cansou, o Rasa cansou, eu entrar ali no lugar deles, jogar dois, três minutos no meu máximo para que eles possam descansar. Sou um cara que busca somar para o time, mas é óbvio que se sobrar a chance, eu vou pra cesta”, frisa.
Vivendo um sonho
Depois de passar pelos projetos sociais Atleta do Futuro e Cestinha, Thaylor chegou ao União Corinthians com 15 anos para atuar nas categorias de base. Jogou campeonatos estaduais, nacionais e sul-americano, além da Liga de Desenvolvimento do Basquete (LDB), a maior competição de formação do Brasil. O crescimento veio junto com a necessidade de interromper as viagens diárias entre Santa Cruz e Venâncio Aires para os treinos. Há dois anos, Thaylor mora na Terra do Basquete. Assim, consegue se dedicar mais não só ao esporte, mas aos estudos, em uma rotina de atividades que começa às 7h da manhã e encerra somente às 22h30 quando chega em casa do colégio. Aluno do terceiro ano da Escola Estadual Ernesto Alves de Oliveira, ele entende que cada passo dessa rotina pesada é fundamental para crescer ainda mais.
“Essa temporada pra mim tá sendo a realização de um sonho. Jogar perto de casa, na cidade que me acolheu e com minha família no ginásio. Está sendo uma coisa que eu sempre imaginei, sempre. Eu jogava estadual, jogava outros campeonatos de base e do nada virou a minha chave. Tenho que agradecer ao professor Rodrigo, que logo quando chegou teve uma conversa comigo e falou que não tinha essa de idade para jogar, que eu iria ter minha chance. Isso me deu confiança e me motivou a trabalhar duro a cada treino e a cada jogo”, afirma.
Inspiração para os mais jovens e família
Evoluindo a cada partida no entendimento de jogo e buscando sempre ouvir conselhos dos mais experientes, Thaylor também atribui a família o momento vivido. “Eles sempre me apoiaram. Quando eu falei que meu sonho era ser jogador profissional, eles disseram que sempre iam estar ao meu lado. Então, de saber isso e de olhar na arquibancada e ver que estão ali, me motiva demais”, frisa.
E quando fala de futuro, Thaylor pensa grande. Se hoje já é inspiração para os jovens da base que sonham jogar pelo profissional do União Corinthians, quer se tornar uma referência maior como jogador e como ser humano. “Independente de onde estivar, quero ser exemplo pelo que faço dentro e fora de quadra. Ser um espelho para os mais novos. É o que quero para minha carreira, além de títulos é claro”, diz.
A palavra do professor
Desde quando chegou ao União Corinthians, o técnico Rodrigo Silva mostrou o interesse em contar com atletas da base no elenco principal. E assim o fez. Além de Thaylor, Garcia fazia parte da rotação, até se lesionar e ficar fora da temporada. Outros jovens treinam com a equipe no dia a dia. Para o treinador, a presença deles é fundamental para o desenvolvimento dos meninos e do próprio clube. “Se você tem um projeto na sua cidade e não tiver jogadores da base dentro do projeto algo está errado. Ter garotos da base não só apenas para treinar, mas sendo efetivos jogando, é um caminho sem volta, onde cada vez mais vai se qualificar o processo de formação de atletas. E eu acho que o Taylor está sendo um exemplo de que é possível. É possível o atleta dentro da sua cidade, jogando na base estar no time adulto e poder jogar e ser efetivo”, destaca.
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