Esportes

ASF: futsal e família andam lado a lado

Publicado em: 10 de outubro de 2023 às 08:41 Atualizado em: 07 de março de 2024 às 13:44
  • Por
    Guilherme Bender
  • Fonte
    Jornal Arauto
  • Foto: Jornal Arauto / Guilherme Bender
    compartilhe essa matéria

    Projeto social e esportivo é gratuito e busca integrar crianças e adolescentes em valores além das quadras

    A Associação Família Futsal (ASF), escolinha de Vera Cruz com atuação também em Santa Cruz do Sul, não poderia fazer mais jus ao seu nome. O trabalho social conduzido por André Barboza e Diogo Guedes chega a seu quarto ano de atuação e atualmente conta com mais de 362 alunos nos dois municípios. Centenas de atletas mirins são guiados por valores que transcendem a competitividade e têm como meta principal a formação de bons cidadãos.

    O início

    Conforme conta o fundador da ASF e pastor da Associação Cristã Comunidade de Discípulo em Santa Cruz do Sul, André Barboza, a iniciativa de um trabalho de cunho social surgiu após ele adentrar na religião. “Anteriormente eu não praticava. Mas tive uma experiência e isso me mudou completamente”, lembra.

    Após um começo lento, ainda sem sequer ter noção do que viria ser a ASF, Barboza fundou uma escolinha. “Iniciamos no pátio de um colega meu que também passou por essa renovação em sua vida”. Há pouco tempo, a ASF era vinculada ao CNPJ da Associação Cristã Comunidade de Discípulos de Jesus em Santa Cruz do Sul. Agora, há CNPJ próprio. "Contudo, logo havia muitas crianças para pouco espaço, e precisamos de uma expansão”, relata o fundador. Segundo ele, algumas aulas no início eram realizadas em uma chácara em Travessa Dona Josefa, em Santa Cruz do Sul. Lá, além do futebol, já eram discutidos alguns assuntos sobre vida e sociedade em palestras. “Eu morava em Porto Alegre e fiz várias amizades com jogadores da dupla Gre-Nal. Convidei alguns e eles vieram para cá contar a sua história, como é possível sair do pouco para ter sucesso”, explica.

    Barboza ainda pontua que vê a iniciativa da ASF como uma forma de instrução para os alunos  seguirem uma vida que, caso não seja no futebol profissional, seja honesta e com um trabalho digno. “Em uma analogia, nós ensinamos as crianças a pescar, não damos o peixe. E é isso que nos dá um norte. Precisamos ensiná-las. É uma satisfação enorme vê-las fazerem as coisas por conta própria”, explica. 

    Ainda no âmbito do mercado de trabalho, Barboza conta que, futuramente, a ASF busca uma iniciativa junto ao programa Jovem Aprendiz para que os adolescentes, além de frequentarem a escolinha, tenham um trabalho no turno inverso. “Até tentamos emplacar isso recentemente com o sub-17, mas infelizmente, apenas quatro dos 20 alunos estavam no ensino médio e aptos ao Jovem Aprendiz, apesar da idade. Por isso, vamos começar por baixo, nas categorias mais jovens, incentivando a irem estudar”.

    A escolinha já aceita meninas e visa criar uma categoria própria para elas, já que atualmente elas dividem a quadra com os meninos. Ainda há ideias, no futuro, de promover futsal para cegos e outras iniciativas que visam uma maior inclusão de toda a comunidade .

    O incentivo é real. A participação em jogos e campeonatos só é permitida com bom desempenho escolar e frequência adequada. 

    Família

    Muito além de competir, a ASF tem como função a fundamentação de valores e a criação de uma base para que os alunos cresçam em uma família acolhedora mesmo diante das dificuldades. As aulas são um momento de aprender a pensar em grupo, deixar o individualismo de lado e ter apoio dos líderes e colegas. O futsal é como uma família. Nós temos o pai, como um líder, e temos o treinador. Nós temos nossos colegas de time, que são nossos irmãos. Quando a criança entra na escolinha, ela passa a entender que ela depende do coletivo. Assim como ela só vai conquistar a vitória na quadra se confiar e trabalhar em grupo, fora das quatro linhas ela só vai atingir seus objetivos com apoio da família. Por isso a escolinha tem este nome: Associação Família Futsal”, salientou Barboza.

    Núcleos

    A escolinha se divide em Santa Cruz do Sul (125 alunos) e Vera Cruz (237 alunos). Os núcleos são divididos em categorias por idade e também integração (nesta, participam aspirantes ao esporte, que não chegam a competir de fato em campeonatos).  Não há mensalidade e a única cobrança é uma taxa de R$ 25,00 para o custeio da camiseta.

    Em Vera Cruz, os treinos ocorrem nas terças-feiras, quintas e sábados, no Ginásio Poliesportivo, no Guidão e no Clube Vera Cruz. Em Santa Cruz do Sul, as aulas são nas terças e quartas, no Boogabol. Mais informações, como horário e divisão por categoria, podem ser adquiridas no Instagram da escolinha: @asf.futsal.

    Atualmente, os recursos da escolinha vem de doações de empresários e repasse do Imposto de Renda.