Duas semanas se passaram e Vera Cruz ainda tem casas vulneráveis às condições climáticas aguardando reparo
Passados 15 dias do temporal de granizo que atingiu Vera Cruz e destruiu mais de 3,5 mil residências, há moradores que ainda se encontram driblando a espera por auxílio na reconstrução da casa improvisando a cobertura dos cômodos.
É o caso da família de Antônio Flores da Rosa, 62 anos, morador de Rincão da Serra, interior do município. Com ele residem a esposa, Maria Tereza da Rocha, 57 anos, e a filha Lucimara, de 13.
De lá para cá, o sentimento da família é de apreensão em relação ao tempo e à expectativa de poder consertar o telhado da casa que foi integralmente destruído pelas pedras na madrugada do dia 12.
Com a finalidade de proteger a casa, eles receberam lona para cobrir o telhado. Preso por pedras e tijolos, o plástico voa quando as rajadas de vento são mais intensas. Na primeira vez que aconteceu, eles tiveram que acionar familiares para auxiliar na recolocação da lona. Ainda assim, o interior da casa ficava desprotegido quando chovia. A solução foi instalar pelo lado de dentro mais um pedaço de lona em cada cômodo da casa. O improviso ajuda no escoamento da água, já que eles furaram a lona interna e fizeram apenas um ponto de escoamento em cada cômodo. “Quando chove, colocamos a bacia embaixo desse furo e ficamos cuidando”, revela Maria Tereza.
Trabalhadora temporária, ela atua como alimentadora de manoca em uma empresa de tabaco de Santa Cruz do Sul. É a única renda da casa, já que Antônio está afastado de suas atividades por conta de problemas cardíacos. “Para a gente é difícil conseguir colocar telhado porque não sobra dinheiro. Pagamos a prestação do terreno, água, luz e comemos”, entrega a safrista, que já requereu junto à pasta de Desenvolvimento Social ajuda para realizar os reparos. Segundo Antônio, a casa foi construída por ele aos poucos, e contou também com o auxílio e doações de materiais por parte dos vizinhos.
Além da perda total do telhado, o ciclone extratropical trouxe à família dificuldades durante aquela semana. “Todos os cômodos molharam, colchão, cobertas, nossos móveis, tudo molhou. Graças a Deus os aparelhos que estavam na tomada não estragaram”, contou Maria Tereza, apontando para o televisor e a geladeira. O lamento foi pela perda dos alimentos como feijão arroz, farinha, cujos pacotes já estavam abertos para consumo e acabaram molhando. “Recebemos ajuda com as lonas e fomos buscar ajuda para colocar as telhas, mas ainda não tivemos uma previsão”, falou Antônio.
A cobertura vai chegar
O prefeito de Vera Cruz, Gilson Becker, informou que o município está entregando conforme os cadastros que foram realizados junto à Secretaria de Desenvolvimento Social, no Guidão ou no CRAS seguindo a disponibilidade das telhas, já que até o momento a Defesa Civil ainda não enviou o material. “O decreto de emergência foi homologado ontem, e estamos distribuindo o que recebemos por doação, mais o que foi adquirido pelo município e com os recursos do Legislativo. Foram aproximadamente 3,5 mil telhas”, explicou.
Algumas casas precisam de telhas de 6 milímetros e outras de 4 milímetros, argumentou o chefe do Executivo. “No momento não temos telhas de 4mm, estamos aguardando a chegada de mais e a casa da família do Antônio está cadastrada para receber assim que uma leva de material chegar. Estamos monitorando para encaminharmos às famílias que ainda estão vulneráveis”, concluiu.
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