Discussões giraram em torno da transparência e do destino dos recursos, com troca de acusações entre os presentes
Durante a sessão realizada nessa segunda-feira (3), a Câmara de Vereadores de Santa Cruz presenciou um acalorado debate sobre os financiamentos em aberto do município. As discussões giraram em torno da transparência e do destino dos recursos, com troca de acusações entre os presentes.
Rodrigo Rabuske (PTB) iniciou a sessão destacando um projeto de lei de sua autoria que busca trazer mais transparência para a comunidade. Ele afirmou que, dos 19 financiamentos em aberto, 18 contam com a participação do governo atual, somando um saldo de R$ 403 milhões.
“Me recordo, no passado, várias críticas ao prefeito Telmo Kirst, mas que, na sequência, aqui foram defendidos financiamentos muitos maiores. Nosso objetivo com esse projeto de lei é trazer mais transparência para a comunidade quando se fala em financiamento. A comunidade precisa saber para onde de fato vai ser aplicado esse recurso”, disse.
Em resposta, o vereador Henrique Hermany (Progressistas) contestou as informações apresentadas por Rabuske, afirmando que oito financiamentos, a maioria do governo do PTB, foram quitados pela atual gestão. Ele falou que os financiamentos foram buscados para viabilizar obras, como a duplicação da BR-471 e o viaduto do Arroio Grande.
“A profecia do apocalipse parece que ela continua. Foi falado que o município teria R$ 400 milhões de dívidas. Vejo isso como investimento pela a importância destas obras. Mas, totalizando todos os 19 financiamentos, o saldo atual é R$ 135 milhões”, colocou.
O clima acirrado ganhou intensidade quando Nicole Weber (PTB) criticou os comentários de Hermany, acusando-o de debochar dos colegas e menosprezar a importância de outras demandas da comunidade, como a contratação de monitores nas escolas. Ela ressaltou a necessidade de priorizar a aplicação dos recursos em áreas fundamentais para a população.
“Estamos falando de um assunto sério, vereador Henrique Hermany, e tem que debochar dos teus colegas. Vem para o campo das ideias, argumentar e trabalhar sério. Mais trabalho. Não dá para só tentar ficar sendo sádico e pisar nos colegas. Fica feio. Se não respeita os colegas, respeita a comunidade que está olhando”, defendeu.
Outro momento de tensão ocorreu quando Leonel Garibaldi (Novo) expressou sua preocupação com a falta de clareza sobre o destino dos recursos públicos oriundos dos empréstimos contratados. Ele questionou a gestão municipal, afirmando que não há informações claras sobre onde esses recursos estão sendo aplicados.
“O vereador Henrique falou sobre o contingenciamento, que se daria através de cortes de cafezinhos e outros supérfluos. Traz uma certa estranheza quando a gente pensa que o contingenciamento seria 25% de um montante de R$ 791 milhões, que é orçamento do ano. Não faz sentido”, expressou.
Ilário Keller (Progressistas) defendeu o vereador Henrique Hermany e criticou a postura da oposição, afirmando que há um discurso negativo que tenta passar a imagem de que o governo atual é ruim. Ele destacou a importância de uma política propositiva para solucionar os problemas da comunidade.
“Ouvindo alguns colegas, parece que a oposição já começa a campanha política e isso não tenho dúvidas. […] partidos que fazem a critica esquecem de olhar o que passaram em administrações e não resolveram o problema. Por que, agora, esse discurso contrário? Isso não soma em nada”, disse.
Serginho Moraes (PTB) ressaltou a importância dos pedidos de informação para que a comunidade tenha conhecimento sobre o destino dos investimentos públicos. Ele reforçou a necessidade de uma administração responsável do dinheiro público e questionou os critérios adotados na distribuição desses recursos.
O debate encerrou-se com Henrique Hermany fazendo uma defesa pessoal, destacando a trajetória de sua família e sua própria atuação como vereador. “Vocês não pensem que é ofensa vir falar da minha família. É um sentimento de gratidão. Parece que ter família é um demérito. Não. Ter família é um mérito. A comunidade sabe muito bem a história de trabalho da nossa família, de ética, de transparência, de trato com a coisa pública”, finalizou.
Notícias relacionadas
Maioria do STF vota por manter símbolos religiosos em órgãos públicos
Prevalece posição do relator de que itens fazem parte da cultura
Oito novos projetos ingressam na pauta do Legislativo desta segunda
Após a reunião ordinária, ocorre uma reunião solene, com início às 19h30min
Vereador propõe a criação de escolas bilíngues em Santa Cruz
Proposta é de Rodrigo Rabuske, do Partido Liberal
“Impressiona a capacidade de investimento dos chineses”, destaca Airton Artus
Primeira visita da comitiva gaúcha na China foi às gigantes em tecnologia Huawei e BYD