Em Linha Borges de Medeiros, agricultor se prepara para a segunda colheita. Safra irá para ervateira de Venâncio Aires
Em Linha Borges de Medeiros, interior de Vera Cruz, Fábio Albers, de 59 anos, aposentado, viu na necessidade de reflorestar sua propriedade a oportunidade de introduzir uma nova cultura. Em meio à vegetação nativa, havia um pé de erva-mate, o que instigou o dono das terras a experimentar a cultura da planta que é matéria-prima para a principal bebida do gaúcho, o chimarrão.
Embora o cultivo do erval na propriedade venha sendo feito há sete anos, Fábio, que também é marceneiro, se prepara para colher a segunda safra. Faz sete anos que plantou três mil mudas, e pouco mais de três que realizou a primeira colheita, em 2019. “Do total, acredito que hoje ainda tenha umas 2,5 mil árvores. Por conta do calor intenso do verão e do nosso clima, muitos pés não sobrevivem. Como o clima apropriado para o cultivo da erva-mate é o da serra, aqui precisei colocar placas de madeira para fazer um sombreamento às mudas assim que plantei”, revelou.
Em razão da estiagem de 2022, o produtor optou por não realizar a colheita no ano passado. “Fiquei com medo da seca e resolvi não colher. As folhas ainda estavam pequenas e a maioria delas com a coloração verde claro, como consideramos jovens para a colheita”, disse. Ele conta ainda que a colheita antes do tempo pode prejudicar o desenvolvimento do pé, retardando a próxima safra ou ainda comprometendo a planta. Segundo Fábio, este intervalo de dois anos entre as safras é necessário para que as folhas atinjam a maturidade, como costumam dizer.
A adversidade
A dificuldade que o produtor encontra neste momento é em relação à colheita. “Existem poucas equipes que fazem este trabalho e, nesta época, elas estão colhendo em lugares onde a produção é maior”, entregou. Por isso, Fábio resolveu que fará o trabalho, com a ajuda de mais um parceiro, colhendo aos poucos e transportando diariamente sua produção à ervateira em Venâncio Aires. Na primeira safra, ele contou com a mão de obra de 17 homens que, em um dia, conseguiram colher todas as árvores, totalizando meia tonelada de produto. “O problema de colher sozinho é que a partir do momento que tiro a folha do pé, tenho que transportá-la à ervateira no mesmo dia. Se deixar de um dia para o outro, a folha murcha e fica preta, aí já não tem mais valor para o mercado”, explicou.
A exigência de cuidados com os pés de erva é maior durante o plantio. O produtor conta que ela é bastante sensível ao calor. Em seu erval, por exemplo, é possível perceber que as árvores que estão próximas às outras plantas nativas da propriedade são mais desenvolvidas do que aquelas que recebem a incidência direta do sol.
Produção
Quando investiu no plantio da erva, Fábio foi informado de que a produção é de mais ou menos uma arroba por ano, o equivalente a 15 quilos, baseado em estatísticas dos ervais da Serra gaúcha. “Lá eles não retiram todas as folhas de uma vez só, colhem em etapas, então, acredito que eu vá colher mais que isso, já que vou tirar tudo”, estimou. Como deveria ter colhido em 2022 e não fez, as plantas estão altas e devem fazer a safra render ainda mais. Se tudo sair conforme planeja, as 2.500 plantas devem totalizar 37,5 mil quilos de erva-mate. “É a minha renda extra”, declarou.
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