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100 medalhas e incontáveis histórias de Eduardo Raupp

Publicado em: 11 de maio de 2023 às 17:26 Atualizado em: 13 de março de 2024 às 09:55
  • Por
    Guilherme Bender
  • Fonte
    Jornal Arauto
  • Foto: Jornal Arauto / Guilherme Bender
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    24 anos separam a primeira da centésima medalha, uma jornada de grandes conquistas e momentos ainda maiores

    Um colecionador. É dessa forma que o instrutor da Academia Taigã no Seishin e da Samurai Skull Warriors Jiu-Jitsu, Eduardo Raupp, pode ser definido. Enquanto alguns acumulam moedas, tampas de garrafa ou selos, o carateca e lutador de jiu-jitsu guarda medalhas. Enquanto o bronze, a prata e o ouro são carregados no peito, as lembranças de tantas lutas, literais ou não, são preservadas para sempre na memória do guerreiro vera-cruzense.

    A centésima

    “Poderia ser apenas mais uma competição. Mas poderia ser nela que eu viria a alcançar uma meta traçada há muito tempo". Foi com esta mentalidade que Eduardo Raupp viajou para Santa Maria para a disputa do Campeonato Estadual de Karatê, que ocorreu no dia 23 de abril. A meta? 100 medalhas nas artes marciais. Planejada há quase 7 anos, quando atingiu a quantia de 50 condecorações. Com 96 medalhas conquistadas até o último certame e quatro modalidades a disputar, a matemática era simples: era preciso se sobressair em todas elas.

    E, assim como deveria ser, foi. Raupp subiu ao pódio quatro vezes e atingiu o grande objetivo. “Ao receber a quarta medalha, tendo alcançado meu objetivo, passou um filme em minha cabeça. Relembrei tudo que já havia sido feito, por nunca desistir e sempre acreditar”, contou o lutador.

    Jiu-jitsu

    Eduardo Raupp começou no jiu-jitsu em 2011. Dois anos após, era hora da primeira competição oficial. Como de praxe, as primeiras medalhas. Um ouro na categoria faixa branca adulto e uma prata na faixa branco adulto absoluto.

    De lá para cá, foram acumuladas 54 medalhas em 42 campeonatos. Entre elas 17 ouros em nível estadual em diferentes categorias e um bronze no sul-americano em 2020. Após 12 anos, Raupp já é faixa preta no jiu-jitsu.

    Karatê

    A paixão pelo karatê é mais antiga, começou em 1999. E foram 24 anos de sucesso. 

    Na estreia, duas medalhas de ouro na categoria infanto-juvenil, nas modalidades kata e kumitê. A faixa preta veio apenas seis anos depois, em 2005.
    Raupp conquistou 46 medalhas em 45 campeonatos, com nove medalhas de ouro em Campeonatos Estaduais.

    Ainda se destacam duas grandes conquistas: o ouro no Campeonato Brasileiro de 2022, além de um vice-campeonato nacional em 2004.

    Academia

    Diante de tantas conquistas e aprendizados, era chegada a hora de ensinar. Em 2012, Eduardo Raupp fundou em Vera Cruz a Academia Taigã No Seishin, um sonho cultivado desde 2005.

    Raupp foi instrutor de 2006 a 2009 na Academia Kimê, em Sinimbu. “Apesar disso, meu sonho sempre foi ter algo em Vera Cruz, cidade que sempre representei”, conta Eduardo.

    Hoje, a Taigã possui dezenas de alunos e é hexacampeã estadual, além de outras grandes conquistas em nível nacional. “O legado que quero deixar para meus alunos é a persistência. Todos estes resultados só foram possíveis porque não desisti. Muitos abandonam quando um resultado positivo não vem e, se eu tivesse feito isso, teria parado de treinar há muito tempo”, frisa Raupp. “A verdadeira luta não é contra outros atletas, mas contra nós mesmos”.

    Em 2017 surgiu a Samurai Skull Warriors, com aulas de jiu-jitsu, academia que já acumula, também, diversas conquistas.

    Revanche

    O ano era 2018 quando Eduardo Raupp, na época faixa roxa no jiu-jitsu, foi superado por um adversário muito forte em um torneio estadual. No início deste ano, já com a faixa preta, o vera-cruzense teve a oportunidade de vencer o adversário que o havia derrotado cinco anos antes e assim o fez. “Foi uma vitória que considero de superação. Venci alguém que anos atrás estava muito à frente”, relata. 

    Motivação

    O início no mundo das artes marciais começou por uma razão um tanto diferente. “Na época eu era pré-adolescente e enxergava como uma forma de buscar respeito entre os demais”, relata Raupp. A busca pela qualidade de vida com uma atividade física foi outro motivo. “As artes marciais me deixaram mais forte tanto fisicamente quanto mentalmente”, frisa Eduardo, que destaca o esporte como um instrumento de disciplina durante a juventude.