Atletas santa-cruzenses representaram a Terra da Oktoberfest na Maratona de Boston

A Maratona de Boston, nos Estados Unidos, é a mais famosa e tradicional corrida de longa distância realizada anualmente em todo o mundo. Na última edição, que aconteceu em 17 de abril, Santa Cruz do Sul esteve representada por duas atletas da Infit Run: Rejane Overbeck e Julia Hoesel. Ao todo, 32 mil atletas estiveram competindo na prova. 

Julia, de 33 anos, fez todo o trajeto de 42 quilômetros em 3h26min, um recorde pessoal da santa-cruzense. "Foi um ciclo de treinamentos bem difícil por causa do calor aqui da cidade, eu acabava optando em treinos mais longos, por sair muitas vezes antes das 5h da manhã para não sofrer muito. A preparação de verdade iniciou em janeiro, já com treinos específicos para maratona. Correr lá em Boston foi uma realização. Pegamos chuva e frio mas durante todo o percurso, haviam pessoas torcendo, muitas crianças esperando pra bater nas nossas mãos. A cidade de Boston respira a maratona, que acontece em uma segunda-feira porque lá é feriado, então tudo é voltado para isso", destacou Hoesel. 

Rejane, aos 63 anos, concluiu a maratona também batendo uma marca pessoal, em um tempo de 3h58min. "Foi um momento único. Fui bem preparada para esse objetivo, que seria terminar a prova. De brinde ainda veio o meu recorde pessoal. Já corri outras maratornas, mas essa foi a minha primeira internacional. Foram três meses de preparação, onde temos que aumentar os quilômetros, com treinos que exigem maior recuperação. E quando se opta em fazer uma maratona, sabemos que nossa rotina muda, devemos cuidar nossa alimentação e temos que nos privar de muitas coisas, por isso temos que ter muita disciplina, determinação e foco", salientou Overbeck.

Orgulhoso, o treinador das atletas, Fabiano Peçanha, destacou a preparação e o foco que elas tiveram. "A preparação delas foi bastante cuidadosa, pois o desafio para mim era oferecer o máximo de treino possível com o menor risco de causar lesão. As duas tem suas vidas de trabalho e de família intensas e o desafio é administrar isso com a quantidade adequada de treinos sem sobrecarregar negativamente na saúde delas. Eu não iria me perdoar se elas não pudessem correr em Boston por ter machucado, por exemplo; Por isso que cada treino foi muito pensado, pra explorar delas o máximo de rendimento com o menor risco possível. E deu tão certo que as duas baixaram dois minutos suas marcas pessoais em uma prova em que a maioria não consegue fazer isso", celebrou Peçanha. 

Fabiano destacou o peso psicológico que uma prova do tamanho da Maratona de Boston poderia acarretar na mente das corredoras. "Eu não quis trazer qualquer tipo de pressão a elas e nem responsabilidades. Isso é coisa pra profissional. Eu manifestava palavras que atestavam que elas estavam muito bem e que estavam chegando na melhor forma na hora que tinham que estar na melhor forma. Disse a elas que seria natural querer correr porque treinaram pra isso e abriram mão de muita coisa. Ao mesmo tempo que estavam na mais tradicional maratona do mundo, elas também deveriam curtir cada segundo dessa realização", comentou o treinador.