Maior dúvida que fica no caso é como o adolescente, filho de criação da primeira vítima, conseguiu a informação da autoria
A Polícia Civil avança na investigação de dois homicídios registrados na última sexta-feira e que chocaram a comunidade santa-cruzense pela violência com que foram cometidos. Segundo o titular da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), delegado Róbinson Orlando Freitas Palominio, é possível que o crime organizado tenha envolvimento especialmente na segunda morte.
O primeiro caso foi durante a manhã. Por volta das 9h20min, um consumidor entrou em um bar no Bairro Santa Vitória e encontrou Miriam Terezinha Pinto Quevedo, de 57 anos, caída já sem vida. Ela, que era proprietária do estabelecimento, foi atingida por golpes de picareta. A Brigada Militar e a Polícia Civil foram acionadas e teve início o trabalho de apuração dos fatos.
Os agentes realizavam a coleta de provas quando receberam a informação do segundo homicídio. Por volta das 15h10min, policiais militares faziam rondas e viram um Chevrolet Corsa em alta velocidade. No interior do carro, estavam dois homens – um de 21 anos e outro de 17. O adolescente estava sujo de sangue e confessou ter matado a responsável pela morte da mãe de criação dele horas antes.
Róbinson Palominio afirmou que o segundo fato, o da tarde, já está bem elucidado, porque o menor de idade acabou admitindo que cometeu o crime. “Ele nos levou até o corpo e ia dizendo que havia matado a machadadas. Ele nos mostrou o corpo e dava pra ver pelas lesões bem profundas que foram feitas pelo machado. Ele tinha sangue no corpo, mas sem nenhum machucado, o que indicava que o sangue era da vítima que ele tinha acabado de matar”, falou.
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O adolescente também estava na condição de foragido da Fundação de Atendimento Socioeducativa (Fase). Segundo o delegado, com 15 anos de idade, ele já havia cometido um homicídio. “Mostra também que ele teria condições de matar alguém. Então, já está praticamente elucidado”, explicou. A polícia continua investigando para verificar se existem outras pessoas envolvidas na morte de Aline Viana Alencar, de 32 anos.
O homicídio de Miriam, no entanto, exige uma dedicação maior das equipes na busca por provas. Os policias estão conversando com várias pessoas para tentar identificar se foi realmente a mulher morta horas depois a responsável pelo primeiro crime. “Os golpes [no corpo de Miriam] não foram exatamente na mesma região e mesmo local, o que mostra que a pessoa não tinha muita força física para manusear o equipamento e confirma que ela [Aline] teria condições de manusear o equipamento, mesmo que de forma equivocada”, destacou.
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A maior dúvida que fica no caso é como o adolescente, filho de criação de Mirian, conseguiu a informação da autoria. “A gente estava desde às 10h no local com vários policiais, conversando com muitas pessoas, procurando provas, chamamos a perícia, mas não conseguimos chegar, naquele momento, na autoria do crime”, expressou.
Para o delegado, é possível que algum morador da região sabia do ocorrido e não quis contar para os policiais por medo de represália de algum traficante ou criminoso. “A gente acha que esse pessoal da facção determinou que não falasse nada para a polícia, que falasse apenas para a facção e que eles resolveriam na forma deles. Acabaram achando uma forma mais rápida de achar a autoria e já resolver o crime. Olho por olho e dente por dente”, finalizou.
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