Sessão solene foi realizada nesta segunda-feira na Câmara de Vereadores
A Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Sul realizou uma sessão solene na noite desta segunda-feira (19), para a entrega do título de Cidadão Santa-cruzense ao professor Elenor José Schneider. A proposição foi do vereador Francisco Carlos Smidt (PSDB), que procedeu a entrega junto com o presidente do Legislativo, Rodrigo Rabuske (PTB). A mesa ainda foi composta pelo diretor do Colégio Mauá e vice-presidente do Sinepe-RS, Nestor Raschen, e pelo diretor do Hospital Santa Cruz, Vilmar Thomé.
O professor Elenor José Schneider nasceu no dia 26 de agosto de 1948 em Boa Esperança, no interior do município de Cruzeiro do Sul. Na época, Cruzeiro do Sul era o 6º distrito de Lajeado. O pai, Adolfo Schneider, tinha um pequeno açougue e também cultivava a terra. A mãe, Carlota Amélia Schneider, cuidava da casa, mas sempre acompanhava quem ia para a roça, mesmo tendo que criar seus 12 filhos.
Em 1956, entrou para a escola comunitária de sua localidade, a Escola Particular São José. Era comum passarem pelas escolas religiosas recrutando alunos para suas instituições. Elenor foi escolhido para estudar no Seminário Sacramentino São José, localizado em Estância Mariante, interior de Venâncio Aires. Ali fez o curso de Admissão e os quatro anos de Ginásio.
Como na Estância não havia segundo grau, em 1965 foi estudar no Seminário Nossa Senhora Aparecida, em Caxias do Sul. Ali viveu três anos que ele reputa fundamentais para sua formação. “Era um tempo de abertura dos seminários, permitindo, inclusive, que se trabalhasse fora onde fosse possível conseguir emprego. Uma das atividades, exercida no espaço do seminário mesmo, era empalhar garrafões. Vinícolas traziam milhares deles para serem empalhados com vime e depois receberem o vinho para ir ao mercado”, citou o vereador Francisco Carlos Smidt, em seu discurso.
Ao final do Ensino Médio, decidiu abandonar o seminário e buscar outros rumos na vida. Em 1968, permaneceu em casa, trabalhando na roça e ajudando o pai no seu açougue. Às voltas com o serviço militar, veio a Santa Cruz do Sul, em 1969. No mesmo ano, fez vestibular para Letras na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, então extensão da Faculdade Imaculada Conceição (FIC), de Santa Maria. Foi dispensado do serviço militar e então começou a se dedicar as atividades culturais e educacionais.
Foi presidente do Diretório Acadêmico e participou ativamente, como coordenador, de um valioso movimento chamado Feira Intercolegial Estudantil do Livro (FIEL), que, durante cinco anos, agitou o cenário estudantil das escolas de Santa Cruz do Sul. Nesse período, aconteceram as primeiras grandes feiras de livros em Santa Cruz do Sul.
Ainda sem concluir o 2º ano de Letras, foi convidado pelo Irmão Demétrio a substituí-lo, nos meses finais de 1970, como professor no Colégio Marista São Luís. Assumiu três turmas concluintes do ensino médio. Assim, começou sua carreira profissional. Em 1971, foi efetivado como professor neste colégio, aí permanecendo até 1984. Retornou depois para mais dois anos de atuação: 1987 a 1989.
Em 1972, ainda aluno do curso de Letras, iniciou sua caminhada no ensino superior, tornando-se professor do curso de Ciências Contábeis. Iniciava-se aí um percurso de quase 48 anos, encerrando em janeiro de 2020. Nas faculdades isoladas, depois faculdades integradas e, finalmente, universidade, acompanhou praticamente o percurso de todo o desenvolvimento do ensino superior em Santa Cruz do Sul.
“Na vida familiar, profissional e comunitária nosso homenageado é um verdadeiro exemplo a ser seguido. Pessoa simples e com enorme senso e prática humanística, Elenor José Schneider conquistou um incontável círculo de amigos, que se guiam neste mestre”, finalizou Carlão.
O homenageado, professor Elenor Schneider, destacou que Santa Cruz do Sul lhe proporcionou um excelente espaço de trabalhar e de viver. “Vivi todas as mudanças no Ensino Superior em Santa Cruz e sou testemunha do seu poder de transformação na nossa sociedade. Sou imensamente grato à Unisc, por tudo que me proporcionou na vida. Aprendi muito a ser professor, cada ano revendo minhas metodologias e me ajustando. Devo ter tido 30 mil alunos na vida, e muitos deles sigo em contato até hoje. Estudei muito, li muito e procurei estimular meus alunos à leitura”, observou.
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