Em razão disso, um plano municipal de contingência foi elaborado
Venâncio Aires tem até esta terça-feira (30), três casos suspeitos da varíola dos macacos. Do total, um já está descartado e outros dois aguardam resultados ainda para esta semana. De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura, os pacientes não tiveram contato entre si, um deles é venâncio-airense e chegou recentemente de outro município.
Em razão disso, a Secretaria de Saúde de Venâncio Aires elaborou um plano municipal de contingência para a doença. O plano visa nortear as ações no município, a partir de protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde, elencando cuidados básicos e efetivos para reduzir o risco de contaminação e transmissão do vírus.
Conforme a enfermeira do Setor de Vigilância Epidemiológica, Carla Lili Müller, a varíola dos macacos é causada por vírus transmitido aos seres humanos a partir de animais e entre pessoas contaminadas. A transmissão ocorre por meio de contato pessoal com secreções respiratórias, lesões de pele de pessoas infectadas ou objetos recentemente contaminados. Entre as orientações, conforme destaca a enfermeira, está o alerta para o período de transmissão que perdura até a cicatrização completa de todas as lesões de pele ou mucosas. O período de incubação é de seis a 16 dias, podendo se estender até 21 dias.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Segundo Carla Lili, a infecção pode ser dividida em dois períodos: o febril (até o quinto dia) caracterizado por febre, cefaleia intensa, adenopatia (inchaço dos gânglios linfáticos), dor nas costas, mialgia (dores musculares) e astenia intensa (falta de energia) e o período de erupção cutânea (entre um e três dias após o início da febre) quando aparecem as primeiras lesões na pele, geralmente começando no rosto e depois para o resto do corpo.
As áreas mais afetadas são a face (em 95% dos casos), as palmas das mãos e as plantas dos pés (em 75% dos casos). Também são afetadas as mucosas orais (em 70% dos casos), genitália (30%) e conjuntiva (20%), bem como a córnea. Os sintomas da doença costumam durar de duas a quatro semanas e os casos mais graves da doença costumam acontecer em crianças e pessoas com deficiência imunológicas.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da varíola dos macacos pode ser feito pelo profissional de saúde por meio da avaliação do histórico de saúde, vínculo epidemiológico e sintomas apresentados. A confirmação da contaminação acontece com o diagnóstico laboratorial realizado pelo Lacen RS, por meio do exame qPCR, a partir de uma amostra da secreção da ferida ou da crosta da ferida, seguido da técnica de sequenciamento. Para o tratamento dos pacientes confirmados com bom estado é recomendado que seja prescrito acompanhamento médico, controlando dor e coceira, cuidados de higiene na área afetada, além da orientação ao paciente em relação ao isolamento domiciliar até o desaparecimento das crostas.
Na maior parte dos casos, a doença evolui sem gravidade, porém podem acontecer algumas complicações, como a infecção das lesões, que então podem evoluir para complicação. O isolamento pode ser realizado em domicílio com cuidados de precaução de contato com as lesões e gotículas (não compartilhar objetos, usar máscara e evitar contato com as lesões do paciente). Dormir em quartos separados, lavar as roupas separadas dos demais. Já os contatos com a pessoa contaminada, que não apresentarem sintomas, não necessitam de isolamento e aqueles que desenvolverem sintomas deverão ser avaliados e seguir rotina para casos suspeitos.
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