Polícia

Possibilidade de crimes mais graves e descumprimento de ordens judiciais: os bastidores da prisão de Estrelinha

Publicado em: 29 de agosto de 2022 às 08:28 Atualizado em: 04 de março de 2024 às 08:52
  • Por
    Eduardo Elias Wachholtz
  • Fonte
    Portal Arauto
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    Delegada Ana Luisa Aita Pippi detalha dificuldade de colocar o homem atrás das grades

    Um dos assuntos mais comentados pelos moradores de Santa Cruz do Sul, nos últimos dias, é a prisão de Estrelinha. Neste ano, a ficha do homem já contava com 15 ocorrências por danos, ameaças e lesão corporal. Mais do que os crimes, o usuário de drogas levava medo para as ruas já que, em alguns casos, usava uma faca para intimidar as vítimas.

    Estrelinha foi preso há uma semana, em 22 de agosto, e o fato foi comemorado pela comunidade local nas redes sociais. Em entrevista exclusiva à reportagem do Portal Arauto, a responsável pela 1ª Delegacia de Polícia, Ana Luisa Aita Pippi, detalhou a dificuldade de colocar o responsável por uma série de crimes atrás das grades.

    O número de delitos cometidos pelo homem é elevado, mas se tratam de ações com menor potencial ofensivo – contravenções penais e crimes que a pena máxima prevista chega até dois anos. Mesmo que a autoridade policial queira proteger a comunidade das ações criminosas, a legislação descreve o procedimento que precisa ser seguido.

    Um dos receios de Ana Luisa Aita Pippi é que Estrelinha pudesse ficar mais violento. “Ele vinha incomodando e gerando danos em muitos estabelecimentos e veículos. Se não davam dinheiro, ele amedrontava. Ele ameaçava mulheres e, às vezes, com uso de faca. A gente ficou com medo que ele pudesse causar outros crimes mais graves”, relatou.

    Sem a possibilidade da prisão em flagrante pelas infrações de menor potencial ofensivo cometidas por Estrelinha, os agentes buscaram elementos que pudessem fazer com que ele fosse responsabilizado. Condenado em regime aberto, o homem estava descumprindo os requisitos impostos pela 2ª Vara Criminal de Porto Alegre.

    Entre os pontos que levaram o Judiciário a expedir mandado de prisão, estão a falta de apresentação para colocação da tornozeleira eletrônica, em 04 de abril, e inobservância do horário que deveria ficar recolhido em casa, das 19h até 7h, todos os dias. “A gente não comprrenedeu porque a autoridade judicial não determinou o fechamento do regime dele”, pontuou a delegada.