Temáticas como direitos da pessoa com deficiência ganham espaço em perfil no Instagram Realidade Acessível, com conteúdos divertidos e de fácil compreensão
Na internet, eles poderiam facilmente ser chamados de dupla “de milhões”- expressão usada para falar sobre algo muito bom. Em uma perfeita sintonia e soma de talentos, os moradores de Santa Cruz do Sul, Diego Armando Müller e Lisandra Inês Metz, ambos de 27 anos, levam todo seu bom humor e leveza para o perfil no Instagram Realidade Acessível, onde falam sobre os direitos das pessoas com deficiência, inclusão e acessibilidade.
O projeto social teve início em abril de 2020 – juntamente com o ex-membro Maurício Scota -, com o objetivo de criar uma rede de compartilhamento sobre os direitos das pessoas com deficiência e obter soluções práticas, através de criação de conteúdos e rodas de conversa. E deu tão certo que, desde março deste ano, eles estão em transição para empresa. Assim, juntando a teoria de Lisandra, que é advogada e pesquisadora na área de educação especial e inclusiva, com as experiências de Diego, que é uma pessoa com deficiência – e atua como recepcionista em uma empresa multinacional -, eles vêm criando conteúdo digital para auxiliar empresas com soluções acessíveis e inclusivas.
De onde vem tanta criatividade
No perfil Realidade Acessível, os conteúdos são dinâmicos e divertidos, ainda que tratem de temas sérios e importantes. Diego e Lisandra fazem alertas sobre termos utilizados no cotidiano e que machucam e desrespeitam as pessoas com deficiência, falam de inclusão no mercado de trabalho, analisam os filmes que tratam do assunto, falam de acessibilidade nos espaços públicos, entre tantos outros temas. Para isso, seguem as tendências da internet, produzem fotos e vídeos, tudo de forma direta, mas também muito leve. “As ideias para os posts acabam surgindo de modo muito natural para ambos”, afirmam os dois. “No entanto, temos muito cuidado para fazer com que nossa mensagem seja transmitida da maneira mais clara possível, afinal, a riqueza está na simplicidade. Quanto mais objetivo e de fácil compreensão, mais pessoas terão acesso. Aliado a isso, utilizamos ferramentas de acessibilidade, como legenda e descrição de imagem, para tornar nosso conteúdo de fato para todos”, afirma Lisandra.
Amizade que cresce
A frequência com que Diego e Lisandra debatem sobre a temática fez com que também seu laço se fortalecesse. “É como se a luta pela inclusão criasse um elo de amizade muito forte”, acrescenta ele.
O que se fortalecesse também no dia a dia é a conexão com os seguidores. “Recebemos diariamente relatos de pessoas com e sem deficiência sobre assuntos relacionados à falta de acessibilidade e inclusão, situações que muitas vezes são transformadas em conteúdo”, revela Diego, ao citar que desde o surgimento da Realidade Acessível como projeto, criaram também conexões com associações, criadores de conteúdo digital com deficiência e estudiosos da área. “Isso fez com que nossa empresa obtivesse um alcance a nível nacional antes mesmo de se tornar uma empresa, possibilitando assim que criássemos uma perspectiva sobre a realidade das pessoas com deficiência de uma maneira mais concreta, compreendendo melhor peculiaridades sobre mais tipos de deficiência”, complementa Lisandra.
Como diferencial, apontam, as publicações nas redes sociais “dialogam” com pessoas com e sem deficiência, em conteúdos desenvolvidos estrategicamente, tratando a inclusão como um dever de todos. “Muitas pessoas sem deficiência seguidamente nos relatam o quanto já mudaram sua percepção sobre a necessidade de existir acessibilidade para que pessoas com deficiência sejam incluídas socialmente e como vêm aplicando esses ensinamentos em seu dia a dia”, relatam eles, orgulhosos.
Eles se tornaram referência na região
Do início do projeto pra cá, Diego e Lisandra vêm percebendo o quanto a Realidade Acessível se transformou em referência na temática “direitos sobre as pessoas com deficiência”, não só no município, como também na região, o que consequentemente lhes confere grande responsabilidade. “Pelo fato de possuirmos uma grande credibilidade sobre acessibilidade e inclusão das pessoas com deficiência, quando acontece algum fato polêmico, alguma alteração legislativa significativa ou algum conteúdo em que os seguidores identificam capacitismo, entendemos que faz parte da função social da empresa trazer mais informações acerca da temática para que as pessoas possam refletir sobre o assunto e, a partir dessa fonte segura, criar suas próprias conclusões”, afirma Lisandra.
Eles querem ir além
Com a transição de projeto para empresa ainda muito recente, Diego e Lisandra têm buscado formas de adquirir visibilidade no mercado. Entre as oportunidades, se juntaram à campanha Agosto Laranja, promovida pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), de Santa Cruz, se colocando à disposição das empresas locais. Diego relata que atualmente, a empresa oferta o workshop “Ferramentas para uma cultura mais inclusiva e diversa”, além de palestras. Nos planos dessa dupla está, ainda, ofertar em breve os serviços de consultoria, capacitação e assessoria.
Sobretudo, eles querem continuar provocando reflexões mais profundas e a troca de ideias que seu trabalho proporciona e, mais do que dar voz às pessoas, Diego e Lisandra querem que elas sejam somadas a sua voz para que a luta se fortaleça a cada dia.
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