Política

Governo decide trocar comando da Petrobras e indica Adriano Pires para presidir estatal

Publicado em: 28 de março de 2022 às 20:46 Atualizado em: 03 de março de 2024 às 11:40
  • Por
    Letícia Tais Dhiel
  • Fonte
    G1
  • Foto: Geraldo Magela/Divulgação/Agência Senado
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    Silva e Luna é segundo presidente da empresa a ser demitido pelo presidente Jair Bolsonaro

    O governo federal anunciou nesta segunda-feira (28) que substituirá o general da reserva Joaquim Silva e Luna na presidência da Petrobras. Para a vaga, o Ministério de Minas e Energia decidiu indicar Adriano Pires, fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).

    A mudança precisa ser confirmada pela assembleia-geral dos acionistas da estatal. A próxima reunião está marcada para 13 de abril.

    Segundo o material divulgado pelo Ministério de Minas e Energia, se a decisão for confirmada pelos acionistas, Joaquim Silva e Luna deixará a cadeia de comando da petroleira: o nome dele não aparece na composição prevista para o conselho de administração da Petrobras.

    Até a confirmação das decisões na assembleia, no entanto, Silva e Luna segue no comando da Petrobras, a menos que decida pedir para deixar o cargo nos próximos dias.

    Os acionistas também terão de dar aval ao nome do empresário Rodolfo Landim para presidir o conselho de administração. Presidente do Flamengo, Landim foi indicado para o posto no último dia 6 de março, mas não assumiu a posição porque aguarda a aprovação da assembleia.

    O presidente Jair Bolsonaro tem criticado a empresa por seguidos reajustes nos preços dos combustíveis. O presidente chegou a dizer que "se resolvesse", daria "murro na mesa" para obrigar a estatal a reduzir os preços.

    Segundo o portal de notícias G1, antes do anúncio da troca, Joaquim Silva e Luna chegou a afirmar a interlocutores do governo e pessoas próximas que, em razão da estrutura de governança rígida montada nos últimos anos, uma troca do comando da empresa não daria a um eventual novo presidente carta branca para mudar a política de preços. O general tem dito que “um maluco que assuma aqui não faz o que quer”.

    Silva e Luna

    Silva e Luna é o segundo presidente da Petrobras do governo Bolsonaro. Em 2021, o governo anunciou que indicaria o general para a presidência da empresa, em substituição a Roberto Castello Branco, demitido pela insatisfação do presidente da República com a política de preços da estatal.

    O nome de Silva e Luna foi aprovado em uma assembleia geral extraordinária de acionistas para integrar o conselho de administração da Petrobras em 12 de abril. Quatro dias depois, ele foi eleito presidente da empresa.

    Como acionista majoritária, a União tem a maioria dos assentos no conselho de administração da estatal.

    Quem é Adriano Pires

    Com experiência de mais de 30 anos no setor de energia, Adriano Pires é doutor em Economia Industrial pela Universidade Paris XIII (1987), Mestre em Planejamento Energético pela COPPE/UFRJ (1983) e Economista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1980).

    Trabalhou na Agência Nacional de Petróleo (ANP) onde atuou como Assessor do Diretor-Geral, Superintendente de Importação e Exportação de petróleo, seus derivados e gás natural e Superintendente de Abastecimento.

    Na Universidade Federal do Rio de Janeiro, exerceu a função de professor, pesquisador e consultor junto a empresas e entidades internacionais.

    Atualmente, é diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), fundado por ele mesmo. O CBIE é uma consultoria especializada em inteligência, regulação e assuntos estratégicos para o setor de energia.

    Recentemente, Pires vinha atuando como consultor informal do Ministério de Minas e Energia (MME) na questão da alta do preço dos combustíveis. Ele defende a criação de uma política de subsídio que sairia do Tesouro direto e duraria de 3 a 6 meses para o diesel e o botijão de gás, devido aos efeitos da guerra entre Ucrânia e Rússia. A equipe econômica é contra subsídios envolvendo recursos do Tesouro.

    Estruturalmente, Pires acredita que a solução para o preço dos combustíveis passa pela criação de um fundo de estabilização.