Natural de Santa Maria, promotor recebeu o título de cidadão santa-cruzense como reconhecimento pela atuação no município
São mais de duas décadas de atuação como promotor de justiça e uma vontade: trabalhar em equipe para o bem da comunidade. É com esse espírito que Érico Barin conduz, desde 2016, a 2ª Promotoria de Justiça Especializada de Santa Cruz do Sul. O órgão do Ministério Público age pela defesa comunitária, abrangendo os consumidores, meio ambiente, ordem urbanística, patrimônio público e probidade administrativa. E nesse âmbito o trabalho desempenhado por ele têm se destacado positivamente. Tanto é que, nesta semana, o promotor – natural de Santa Maria – se tornou cidadão santa-cruzense, em uma sessão solene na Câmara de Vereadores.
Oriundo de escola pública, Barin sempre foi uma pessoa muito comunicativa e com facilidade de se expressar. Inspirado no pai Wilson, engenheiro eletrecista e professor universitário, decidiu cursar engenharia mecânica na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). "Eu gostava muito de motores e veículos então durante minha adolescência me vi um engenheiro em potencial. Aos 17 anos entrei no curso, estudei por quatro anos e quando faltava um ano e meio para me formar, vi que não era isso que eu queria e que não seria feliz naquela profissão", conta.
Assim, aliado às aptidões de uma boa escrita e interpretação de fatos, o promotor – dessa vez inspirado na mãe, que era advogada – iniciou no curso de direito da UFSM em 1993. "Desde o ínicio, o curso já me direcionou ao Ministério Público. Tive a oportunidade, através do promotor do júri, Airton Zanatta, de estagiar gratuitamente desde o segundo semestre de faculdade, na 1ª Promotoria Criminal de Santa Maria. Por lá fiquei os quatro anos de graduação e foi aí que descobri minha atuação no MP porque a minha atuação é mais ativa, de ir atrás das coisas, resolver e demandar conflitos", salienta.
Após a formação em janeiro de 1998, Barin fez a especialização e no final do mesmo ano, foi empossado como promotor de justiça. A partir disso, passou por municípios como Jaguari, Sobradinho, Antônio Prado, São Borja, Cruz Alta e Ijuí, até voltar à Santa Cruz, treze anos após ter cursado mestrado na Unisc. "Sempre quis atuar em uma cidade do interior do Estado e aqui eu encontrei o ambiente de pessoas com uma vibe empreendedora, de pessoas que pensam para frente. E essa pluralidade e protagonismo do povo santa-cruzense inspira o setor público a sempre trabalhar para melhorar o que já está bom", destaca.
Quanto às atuações na comunidade, o promotor destaca a Operação Feudalismo como a de maior impacto em Santa Cruz do Sul. "Foi uma operação no âmbito de combate a corrupção e a improbidade e ela teve impactos históricos. Uma investigação profunda, prisão de um vereador, depois a renúncia e investigações que seguiram, onde câmara teve um protagonismo e um papel muito correto, cassando mais três vereadores. Então pelos impactos essa foi a mais marcante". Outro momento citado pelo promotor foram os embates públicos com o ex-prefeito Telmo Kirst. "Eu já vim para cá com uma carreira consolidada de muitos anos de Ministério Público e é bastante comum esse tipo de embate, mas em alguns momentos isso desbordou e houve situações em que eu fui ofendido publicamente. Ao mesmo tempo que utilizei da inteligência emocional para lidar com a questão, considero o embate entre pessoas públicas ruim para as partes envolvidas e também para a comunidade", avalia.
Futebol e moto: as paixões de Érico Barin fora da promotoria
Apesar de não costumar falar sobre a vida pessoal, Érico Barin não esconde as duas paixões fora da promotoria: o futebol e a moto. Colorado, o promotor considera o ato de "bater uma bolinha" como uma fonte de terapia. "Adoro futebol. Quando era mais jovem, jogava futsal amador e ainda jogo, como atacante. Temos um time do Ministério Público e nos encontramos uma vez por mês em Porto Alegre para jogar. Já disputamos campeonatos e somos um time bem vencedor. Seja jogando ou assistindo, eu preciso do futebol, assim como eu preciso de atividades físicas. Gosto de estar em movimento", ressalta.
E por falar em movimento, Barin gosta de conhecer novos lugares sobre duas rodas. "A moto é minha outra cachaça. Já passei por quase toda a América do Sul. Em 2019, eu e mais dois amigos saímos de Santa Cruz e fomos daqui até o Oceano Ártico, na parte final do Alaska", recorda. Além disso, o promotor de defesa comunitária aprecia circular pela Rota Gastronômica, ir nas cervejarias e ainda, comer um churrasco feito pelo Chico, com quem construiu uma amizade. Tudo isso, na companhia da esposa e também promotora Catiuce Ribas Barin, com quem é casado há 12 anos. "É uma pessoa que me inspira porque é uma promotora de muito destaque e aqui em Santa Cruz, faz um trabalho admirável. É minha parceira de todas as horas", pontua.
Aos 50 anos, Érico Barin não pretende parar. Muito pelo contrário. Acredita que o sentido da vida é mirar em cada novo desafio e estar em movimento. "Acho que a gente não pode se contentar com o que já fez. As pessoas vão muito atrás do segredo da vida, de qual é o sentido da vida. Penso que o sentido é dar sentido para vida. Estar sempre atento e aproveitar todos os dias. Temos que planejar e ir vivendo", finaliza.