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    Maiquel Thessing
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    Maestro Bendinha: um legado de alegrias na música santa-cruzense

    Publicado em: 28 de fevereiro de 2022 às 08:34 Atualizado em: 03 de março de 2024 às 10:08
    Foto: Divulgação
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    Multi-instrumentista formou mais de três mil músicos na cidade, além de animar muitos bailes em toda região

    "Legado de glórias, exemplo de vida. Maestro Bendinha, tu és imortal" é muito mais do que a letra do samba enredo da Unidos de Santa Cruz, em homenagem ao músico Edemar Renaldino Bender no Carnaval SantaFolia em 2015. A frase resume o que Bendinha – como era conhecido – representou na história da música do município. São mais de três mil músicos formados através dos ensinamentos e incentivo do multi-instrumentista, que carragava na veia a paixão por cada melodia e alegrava a quem o ouvia.

    Essa alegria, inclusive, é uma das características mais marcantes de Bendinha e que, até hoje, são lembradas por um dos filhos, Flávio Bender. O empresário pode até não ter seguido os passos do pai na música, mas aprendeu com ele sobre como fortalecer relações, um importante fator na construção da trajetória profissional. "Quando eu abri minha empresa, era um jovem que ia visitar os grandes empresários. Chegava lá, dizia meu nome e eles perguntavam de quem eu era filho, e eu dizia que era do Bendinha. E eles falavam: mas teu pai tocou meu casamento. Lembravam apenas coisas boas que ele fez, o que abriu muitas portas para o meu negócio. Então eu consegui manter esse relacionamento que meu pai tinha com a comunidade e esse legado tenho passado também para os meus filhos", destaca o dono da Predilar Imóveis há quase três décadas.

    Paixão que ultrapassa gerações

    Falecido em 2005, Bendinha iniciou na música inspirado no pai e, a partir disso, dedicou-se para aprimorar o dom. Após se formar em uma faculdade de música em Porto Alegre, o pai do Flávio e do Fernando abriu a própria academia em Santa Cruz: a Supremo que, além dele que ensinava a tocar gaita e trombone, contava com mais dois professores de sopro e outros dois de violão. "As pessoas queriam aprender com meu pai e ele começou a ensinar. Ele tocou em bandas, orquestras, formou conjuntos de jovens alunos masculinos e femininos e, em 1966, chegou a colocar no palco do Cine Apolo 120 acordeonistas, algo inédito na cidade", destaca Flávio.

    Outra paixão que o Bendinha deixou como legado para o filho é o carnaval. Flávio viu o pai animar muito bailes e, por isso, desde muito jovem é um folião nato. "Na minha época terminava um carnaval e a gente já começava a organizar o outro. Era tudo de bom. Os blocos de escolas de samba, as concentrações. Ás seis da tarde já íamos para os bailes, a cidade toda se envolvia", rememora. 

    Além de participar dos tradicionais bailes nos clubes como União, Corinthians, Aliança e Ginástica, o empresário teve a oportunidade e levou, para assistir a um desfile da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro, o carnavelesco Jorjão da Unidos de Santa Cruz. A mesma emoção que sentiu no Rio de Janeiro, pôde sentir em 2015, quando o pai foi o homenageado na cidade. "Estive com muitos amigos, como o Júnior Soares responsável pela coreografia, o Sérgio Ávila que organizou todo evento, além dos artistas de fora como Pedrinho do Cavaco e o Dinho, puxador da Imperatriz Leopoldinense, que cantaram o samba enredo. Foi muito emocionante e divertido", afirma Flávio.