Especialista esclarece quais são os tipos de intervenções disponíveis e sobre os cuidados no pós-operatório
Um problema que tem se agravado nas últimas décadas, a obesidade já afeta mais de 20% da população brasileira segundo pesquisa do Ministério da Saúde. Se for analisada apenas a questão do excesso de peso, mais da metade dos brasileiros já se enquadra nesta situação: 55,4%. O convidado desta semana do Arauto Saúde é o cirurgião Fábio Luiz Waechter, que vai detalhar as consequências e o processo de recuperação de uma pessoa com obesidade após intervenção cirúrgica.
Conforme Waechter, que foi um dos pioneiros na implementação da cirurgia de estômago no Rio Grande do Sul, a preocupação dos especialistas que trabalham na área é garantir maior longevidade para as pessoas que têm obesidade. “Nas últimas décadas, a longevidade aumentou muito. Hoje a longevidade média da população brasileira se aproxima dos 80 anos. Então imagine uma pessoa com obesidade mórbida, que tem um IMC acima de 40. Essas pessoas têm uma longevidade média de 50 anos de idade, isso é um absurdo, pois enquanto a longevidade média da população aumenta, essas pessoas, no auge de sua vida, com uma família e trabalho, acabam morrendo por conta da obesidade”, destaca o especialista.
Segundo o cirurgião, existem mais de 40 cirurgias de estômago para tratar a obesidade. No entanto, hoje em dia se utiliza quatro ou cinco cirurgias para o tratamento da doença. “A opção de qual intervenção escolher vai depender de idade, comorbidades e do peso do paciente. Não existe uma única cirurgia mágica que é boa para todos, a realidade é escolher a melhor cirurgia para cada tipo de paciente”, ressalta Waechter, que frisa uma mudança nos procedimentos cirúrgicos, que antes envolviam uma grande operação e hoje são realizadas em média de uma hora.
Ainda, o especialista em cirurgia de estômago salienta que é necessário uma atenção no pós-operatório para a obtenção de melhores resultados. “A importância de se ter uma preparação no pré-operatório com as diversas especialidades que se envolvem na cirurgia, como por exemplo, clínicos gerais, endocrinologistas, fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos. Então o grupo constitui o núcleo de acompanhamento de quem fez a cirurgia bariátrica, sempre lembrando que a ideia é devolver tempo de vida a esses pacientes através da perda de peso, diminuindo assim as complicações ou até as curando”, conclui.