O texto passou por uma consulta pública e agora está na última etapa
O Brasil tem 80 mil farmácias. Imagine você ir em uma dessas drogarias espalhadas de Norte a Sul do país e conseguir tomar uma vacina que, hoje, só é possível de ser aplicada em uma clínica especializada. Isso pode ser uma realidade em breve. Uma nova resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que ainda está em elaboração, prevê a imunização em farmácias. O texto passou por uma consulta pública e agora está na última etapa, antes da decisão da Anvisa. Mas a possibilidade de aplicação das vacinas nas drogarias divide opiniões.
A vendedora, Luzia Batista, acredita que, se as vacinas forem aplicadas nesses lugares, elas poderão ser vendidas sem receita médica. “Muitas vezes [a vacina] vai ser aplicada por pessoas especializadas, só que anticoncepcional e outras remédios que devem ser aplicados com receitas médicas não são. Então, a meu ver ia dar problema”.
A presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM), Isabela Ballalai diz que o órgão não é contrário a novidade. Mas a especialista frisa que são necessários cuidados antes e após a administração, se ocorrerem efeitos adversos. “O posicionamento a SBIM sempre foi, não importa se é nas farmácias, nas clínicas, desde que sejam mantidas as estruturas. Lembrando que vacina passa muito por serviço. A única coisa que preocupa é a não exigência de um médico”.
O presidente do Conselho Federal de Farmácia, Walter Jorge João, afirma que as vacinas são medicamentos e, por esse motivo, poderiam ser vendidas e aplicadas em drogarias. “A vacina é um medicamento e como tal ela precisa ser comercializada, como prevê a legislação sanitária. Então, elas têm que ser aplicadas em farmácias”.
Segundo a Anvisa, o texto da resolução que estabelece requisitos mínimos para a aplicação de vacinas foi construído com a opinião de diversos especialistas e, em especial, do Ministério da Saúde. O objetivo é garantir mais segurança a população em geral.
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