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Estado contabiliza 4,2 mil pedestres mortos em dez anos

Publicado em: 08 de agosto de 2017 às 12:35 Atualizado em: 19 de fevereiro de 2024 às 15:20
  • Por
    Bruna Lovato
  • Fonte
    Detran RS
  • Foto: Rafaela Masoni_DetranRS
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    As maiores vítimas são idosos que representaram 30% do total de mortos

    Nesse dia 8 de agosto, quando é comemorado internacionalmente o Dia do Pedestre, o Rio Grande do Sul não tem muito o que celebrar. Levantamento do Detran/RS para a data mostra dados alarmantes. Foram 4.226 pedestres mortos de janeiro de 2007 a junho de 2017 (parcial). As maiores vítimas são idosos acima dos 65 anos, que representaram 30% do total de mortos em atropelamentos.

    No período, morreram no trânsito 679 pedestres entre 65 a 74 anos e 601 com mais de 75 anos. As crianças também demandam atenção. Duzentos pequenos de 0 a 10 anos morreram na condição de pedestres entre 2007 a 2017. As mulheres, que no geral são cerca de 20% das vítimas no trânsito, entre os pedestres mortos no período são 33% (Confira mais dados no arquivo para download).

    Atropelamentos

    Mais da metade dos atropelamentos (2.314) aconteceram em vias municipais. Distribuídos proporcionalmente entre os dias da semana, há uma incidência um pouco maior nas sextas-feiras, sábados e domingos. O turno da noite, a partir das 18h30, concentra a maioria das ocorrências (cerca de 45%). Os veículos que se envolvem mais em acidentes com pedestres são automóveis (39%), seguidos de motos e motonetas (17%) e caminhões (13%).

    Pontos críticos

    Análise dos acidentes no período de 2010 a 2016 mostra que a localidade com maior número de atropelamentos fatais foi a RS 040 em Viamão, com 75 mortes no período. O segundo ponto é a BR 290 em Porto Alegre, com 41 atropelamentos. Na sequencia do ranking das localidades mais perigosas para pedestres está a BR 392, em Rio Grande, com 29 mortes, seguida da avenida Dorival Cândido Luz de Oliveira, em Gravataí, e da avenida Assis Brasil em Porto Alegre, ambas com 24 atropelamentos com morte.

    Enfrentamento

    Convencida da importância da segurança para estimular uma mobilidade ativa, a Escola Pública de Trânsito do Detran/RS tem realizado uma série de ações de educação, especialmente para qualificação de professores de Ensino Fundamental e formação de multiplicadores  em educação no trânsito para o pedestre idoso.

    O Curso de Educação para Pedestre da já está na sua 14ª edição e qualificou 265 professores para trabalhar o tema em sala de aula e formar pedestres mais conscientes desde os primeiros anos de vida.  Realizado em conjunto com a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), o curso de multiplicadores é dirigido a líderes de grupos de idosos e profissionais envolvidos com o cuidado de idosos nas áreas da saúde, assistência social e esporte. A atividade está inserida no Projeto Vida no Trânsito, coordenado pela Secretaria Municipal de Saúde, e busca atingir o público mais vulnerável aos atropelamentos. 

    Para o diretor-geral do Detran/RS, Ildo Mário Szinvelski, os benefícios do chamado deslocamento ativo se estendem para além da saúde física. Passam pela saúde mental, qualidade de vida, sociabilidade e uma relação mais próxima com a própria cidade. “Por isso é importante – além de educarmos pedestres e motoristas – cuidarmos da infraestrutura. Calçadas melhores, tempos adequados em semáforos, faixas de pedestre em bom estado são chamarizes para os pedestres ocuparem as ruas”.