Oficinas organizadas pela Secretaria de Cultura fazem brotar desde a infância o gosto pelo tradicionalismo rio-grandense
Como nasce o amor pela tradição gaúcha? É genética? Passa de geração a geração? Precisa do vínculo com os centros de tradições gaúchas? É conteúdo a ser trabalhado na sala de aula? É difícil precisar a resposta certa, ou talvez seja uma mistura de todas as alternativas. Mas a Secretaria Municipal de Cultura resolveu dar uma forcinha. Durante esta Semana Farroupilha, que culmina amanhã, 20 de setembro, feriado farroupilha, diversas oficinas foram programadas para envolver a criançada, desde os bebês das escolinhas infantis até os alunos que já adentram na adolescência.
Uma destas oficinas é a de chimarrão. Ministrada por Glegir Silva, que vivencia intensamente a cultura gaúcha há mais de uma década junto a entidades, a primeira edição da oficina que ensinou a preparar a bebida típica dos rio-grandenses ocorreu na sede do Cearca, no bairro Boa Vista, na semana passada. Entre uma turminha de crianças com idade entre sete e 11 anos, a maioria disse já saber fazer o chimarrão e costumam tomar diariamente em família.
Mas mais do que mostrar a colocação da erva, a temperatura da água, a inserção da bomba, a roda de chimarrão, Glegir falou da amizade simbolizada por esta tradição. Alex Silva, 11 anos, foi quem quis demonstrar seu conhecimento para a turma e tratou de fazer um mate amargo na hora, perante os colegas. O amigo José dos Santos, oito anos, tratou de acompanhar a oficina saboreando na cuia já preparada, e disse que já domina esta “arte” de fazer chimarrão (aprendeu há tempos, frisa ele… no ano passado), porque costuma compartilhar o hábito com sua mãe e seu irmão.
Mas para a instrutora, para fazer nascer e multiplicar o gosto pelo gauchismo desde a primeira infância, o ideal seria a dedicação de mais voluntários para ensinar diferentes aspectos da cultura diretamente nas escolas, não apenas na semana dedicada a isso. Quem sabe partir dos próprios CTGs este envolvimento, sugere Glegir.
Outro tradicionalista conhecido dos vera-cruzenses que se somou ao time de oficineiros foi Ibani Bicca, várias vezes premiado pela declamação de poesias. Ele tratou de compartilhar algumas experiências com alunos de 8º e 9º anos da Escola Jacob Blész. Além de dar dicas para quem quiser se aventurar na declamação (entender o significado das palavras e a mensagem da poesia, impostação e inflexão da voz, expressão facial e gestual, entre outros), o tradicionalista estimulou os jovens nos estudos. “Procurem ser cidadãos com opinião própria. Questionem as coisas antes de aceitá-las. Leiam, se informem”, frisou ele, ao refletir que seria interessante, para lapidar o amor nos gaúchos, que a cultura tivesse inserida no currículo escolar e não fosse trabalhada, em muitos lugares, só na Semana Farroupilha. “O incentivo nas escolas é fundamental”, pensa Bicca.
AS OFICINAS
A Secretaria de Cultura programou uma série de atividades para envolver os estudantes, seja em sessões de cinema com filmes na temática rio-grandense, na contação de histórias para as crianças das EMEIs, oficinas de nó de lenço, chimarrão, arroz doce, flor de cabelo, truco e declamação de poesias, além de palestras sobre a força e a história gaúcha e a prova da vaca parada, resgatando a lida campeira.
SAIBA MAIS
Desfile na rua Cláudio Manoel é nesta quarta-feira (20): Confirmada a atração principal do desfile farroupilha
Leia a reportatgem completa na edição impressa do Jornal Arauto desta terça-feira (19).
Notícias relacionadas
Academias de Saúde do SUS reiniciam atividades físicas em Venâncio Aires
Cerca de mil pessoas participam do projeto que visa ofertar mais qualidade de vida
Obras emergenciais no bairro Belvedere iniciam segunda
Intervenções iniciam na rua João Werlang, via de acesso ao bairro, principalmente no trecho mais afetado pelas chuvas do ano passado
Homem é socorrido após queda em Venâncio Aires
Ele foi retirado pela equipe dos bombeiros, após atendido e removido pelo SAMU para hospital, com lesão no joelho
Jovens e adultos que queiram concluir o Ensino Médio na EAD EJA do Sesc/RS podem se inscrever até segunda
Na região, ainda há vagas em Santa Cruz e Venâncio Aires. É preciso ter mais de 18 anos, Ensino Fundamental e renda familiar de até dois salários