“O segredo é não reagir e ainda ajudar”, diz vítima de assalto

As vítimas de um dos assaltos da noite desta sexta-feira (22) em Vera Cruz preferem não se identificar, mas possuem muito o que dizer. Considerando a onda de assaltos que assola a cidade, o casal que esteve sob a mira dos revólveres utiliza o acontecimento para alertar as tantas pessoas que ainda podem ser personagens de casos de polícia.

O homem, de 38 anos, aguardava a esposa em casa, no Loteamento Belo Horizonte, com a filha de um ano no colo. Quando o barulho do portão alertou a chegada da esposa, de 34 anos, o abraço esperado foi substituído por quase meia hora de desespero. Nervosismo esse que foi controlado por 25 minutos, enquanto a família era rendida por dois criminosos armados.

Encapuzados e com revólveres, a dupla conduziu o trio para a cozinha. Com fitas plásticas, trazidas pelos bandidos, o pai da família foi amarrado. A mãe e filha ficaram livres, ao lado e em silêncio. O homem, que conhece sobre técnicas de segurança, utilizou tudo que sabia em prol da maior proteção que poderia fazer: a da mulher de sua vida e a do fruto desse amor.

Enquanto ficavam na mira da arma de um dos criminosos, o outro subiu para o segundo andar, onde roubou celulares, relógios, televisão e jóias. Antes de sair, pegaram as chaves do Ônix prata, placa ITW-6971, e partiram. A família então apertou o botão de pânico do sistema de segurança, entrou no outro carro, que os bandidos resolveram não levar, e foram buscar ajuda.

A receita do bolo

Para o pai da família, o segredo é não reagir, para que as coisas não piorem. Enquanto a mulher protegia a filha nos braços, ele conduziu o assalto, até colaborando com os criminosos. “Tente ficar o mais calmo possível, evite movimentos, não reaja e ajude. Essa é a receita do bolo”, diz.

Para entrar na casa, os bandidos pularam um muro de 2,40 metros. Para a vítima, não foi algo planejado e nem são pessoas que os conhecem. Ele também não garante se os criminosos são os mesmos do assalto em Ferraz, nesta mesma noite.