Anderson Dick mora nos Estados Unidos desde 2017 e vem se destacando pelas transformações em veículos
É de Santa Cruz do Sul o criador e proprietário do Corvette mais rápido e potente do mundo. Anderson Dick, de 40 anos, mora nos Estados Unidos há quatro anos e tem ganhado destaque pelas transformações automobilísticas. A paixão pelo ramo – que inclusive vem desde a adolescência, quando acompanhava revistas automotivas e corridas – fez com que Dick cursasse engenharia e, a partir disso, decidisse empreender idealizando a FuelTech, empresa de injeções programáveis responsáveis pelas modificações.
Mesmo com outros feitos na bagagem, o Corvette é uma das criações mais recentes e públicas do empresário santa-cruzense. Segundo ele, desde que o modelo foi lançado em 2020, iniciou-se uma corrida no mundo inteiro para torná-lo mais potente. Isso porque, a General Motors instalou uma trava eletrônica no veículo para impedir modificações nas especificações originais do motor 6.2 V8.
No entanto, o desafio foi superado por Dick – que contornou a trava e conseguiu quebrar o recorde nas provas de arrancada os EUA: percorreu 402 metros em apenas 9,01 segundos e chegou a 1350 cv nas rodas em teste de dinamômetro. O anterior havia sido estabelecido pelo Corvette desenvolvido pela Extreme Turbo Systems, de 9,05 segundos. "Além da maior potência , que chega a 1.600 cv diretamente no motor, fizemos o melhor tempo com uma consistência impressionante", destaca.
Apesar da superioridade em dois quesitos, ainda há um desafio para o C8 de Dick: alcançar a velocidade de 255,8 km/h, conquistada pelo exemplar da Extreme. No teste, a máxima alcançada pelo Corvette do brasileiro foi de 246,23 km/h. Além disso, outra projeção do santa-cruzense, é chegar na eletrificação, ou seja, converter dos carros em elétricos. Para isso, ele já trabalha com transformações em modelos como o Opala e a Mercedes 190E, em uma homenagem à Ayrton Senna.
FuelTech: inteligência e sucesso
Fundada em 2003, a FuelTech (FT) é líder no mercado brasileiro de injeções eletrônicas e está desde 2009 com operação overseas nos EUA, com Anderson Dick como CEO global. Aqui, no Brasil, o empresário conta com a parceria de Leonardo Fontolan, sócio e diretor geral da FT. Conforme Dick, a decisão de ativar a empresa em outros país foi para testar tração do seu lineup no mercado mais competitivo do mundo. Com isso, em 2014 estabeleceu mais fortemente a estrutura da FuelTech USA no estado da Georgia.
Na prática, o trabalho de Dick consiste em comprar carros e repará-los, deixando-os mais potentes através da troca de peças e sistemas originais, como de combustível, injetores, embreagem, fluidos e correias, entre outros. Assim, consegue dobrar o valor do veículo em pouco tempo, como aconteceu com uma Ferrari F355 Spider 1998, abandonada há uma década. "Comprei o carro de um senhor de 85 anos e por US$ 31 mil, o equivalente à R$ 168 mil e, em quatro dias de trabalho, dobrei o valor, fazendo com que ele valesse aproximadamente US$ 70 mil, cerca de R$ 380 mil", conta o empresário, que investiu US$ 3,4 mil (R$ 18,4 mil) em componentes para modificar os veículos.