Junto à fumaça que sai do telhado da velha Estação, se vão pelos ares as últimas esperanças de ter nosso patrimônio preservado
Domingo, último, ainda passava por ela e comentei sobre o incêndio que atingiu o antigo armazém (ao fundo) anos atrás. Chamava a atenção o estado de abandono daquela que seria um dos cartões postais mais bonitos da cidade, se preservada. Porém, com sua estrutura deteriorando e seus vidros quebrados nunca chegaria a isso.
Lembro de ter ficado triste, mas convicto de que a velha estação ainda resistia ao peso do descaso.
Me pego a pensar os motivos pelos quais nós não nos orgulhamos de nossa história. Não vemos beleza na Ladeira, muito menos nos Canhões que desenharam o nosso presente. No Museu Barão de Santo Ângelo que se perdeu no tempo. No Museu de Arte Sacra que ainda está lá, mas ninguém sabe. O Soldado Desconhecido, que provavelmente meus filhos nunca saberão o que é. Nos prédios históricos da Andrade Neves, cobertos por logos de lojas, sem nenhum padrão referente à preservação de suas fachadas. Na nossa ponte histórica, uma vez revitalizada e vandalizada dias após.
Nosso Centro Regional de Cultura que nada contra a correnteza, tentando deixar viva a chama da preservação cultural.
Rio Pardo deixou de ser histórica por não respeitar sua origem, por não preservar seu passado e não construir seu turismo com o que tem em casa.
Culpa de quem? Do Governo? Do Prefeito?
Nada disso!
Culpa nossa! Nós que não nos importamos em perder aos poucos nossa riqueza cultural.
Nós somos os maiores responsáveis pelo descaso, pois se cobrássemos, algo teria que ser feito pelo Poder Público, mas, pra que fazer se nós não nos importamos?
Junto à fumaça que sai do telhado da velha Estação, se vão pelos ares as últimas esperanças de ter nosso patrimônio preservado.
Somos anti-históricos por fazermos de tudo para escondermos a nossa origem.
Seria capaz de escrever vários parágrafos sobre como Rio Pardo poderia usar de sua cultura e turismo para fomentar a economia e, além disso, o sentimento de orgulho pela nossa história. Mas hoje não! A tristeza por ver a Antiga Estação em chamas, me impossibilita de transmitir qualquer conteúdo otimista.
* Por Augusto Barros – Comunicador do Grupo Arauto
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