Política

“Fiquei sem chão, sem saber o que fazer”, diz Helena Hermany após retorno às atividades

Publicado em: 01 de abril de 2019 às 09:57 Atualizado em: 21 de fevereiro de 2024 às 10:12
  • Por
    Luiza Adorna
  • Fonte
    Portal Arauto
  • Foto: Guilherme Bica/Portal Arauto
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    Vice-prefeita teve o gabinete transferido de local após desligamento da Secretaria de Políticas Públicas e Habitação

    A vice-prefeita de Santa Cruz do Sul retornou nesta segunda-feira (1º) ao trabalho, depois de um período afastada das atividades. Helena Hermany passa a executar suas funções em um novo gabinete, anexo ao Pavilhão Central no Parque da Oktoberfest.

    Na chegada ao local nesta segunda-feira, Helena recebeu a imprensa e destacou que é uma experiência nova ser apenas vice-prefeita. A afirmação se refere ao desligamento da pasta de Políticas Públicas e Habitação, que ela acumulava. “Foi um fato lamentável. Fui mandada literalmente para casa. Fiquei sem chão, sem saber o que fazer”, disse.

    Helena ainda comentou que há muito tempo não conversa com o prefeito Telmo Kirst. Segundo ela, essa situação a deixou muito triste, pois sempre viam ela e o prefeito como uma dupla perfeita para Santa Cruz do Sul. “Se eu o visse agora em minha frente, pediria para que pudéssemos retomar a parceria do primeiro mandato. É muito dolorido”, comentou emocionada.

    Toda a polêmica, que chegou até ao Ministério Público, iniciou no dia 20 de março com o pedido de desocupação da sala onde a vice-prefeita trabalhava. Helena Hermany denunciou ao MP assédio moral e violência psíquica pela forma com que foi abordada no momento do comunicado. Em nota, a Prefeitura de Santa Cruz esclareceu que houve uma orientação para que ela transferisse seu gabinete de local e que não existiu nenhum contato, nem pessoalmente, nem por telefone entre, Telmo Kirst e Helena Hermany. 

    Relembre a situação clicando aqui.

    Confira a entrevista da vice-prefeita ao Portal Arauto:

    Helena, o que aconteceu na tarde daquela quarta-feira?

    Na verdade a situação começou na terça-feira, quando fui comunicada por telefone que eu não seria mais a secretária de habitação. Mas enfim, é um direito do prefeito de escolher seus secretários. Na quarta, o secretário de administração sentou na minha frente e disse que era pra eu desocupar o espaço e que eu iria ficar sem secretaria. Ele ainda me disse que na verdade, o prefeito havia mandado eu ir para casa.  Aquilo foi um impacto terrível, fiquei em estado de choque, chorei muito. Foi muito triste.

    Você tem uma grande história na política santa-cruzense, em algum momento passou pela sua cabeça algo assim acontecer?

    Nunca imaginei que isso iria acontecer, até porque sempre tive um relacionamento ótimo com todo mundo. Eu trabalho desde os meus 14 anos e sempre fui valorizada no meu trabalho. Eu vou te confessar uma coisa, adoro segunda-feira, porque amo trabalhar. E me acontecer uma coisa dessas nos meus 70 anos, foi muito dolorido.

    E após o ocorrido, pensou em desistir?

    Desistir nunca, porque eu tenho uma responsabilidade com o povo de Santa Cruz, principalmente com as pessoas mais carentes que confiam em mim. Só agora, vou ter que me readequar a essa nova realidade, atuando apenas como vice-prefeita.

    Como esse episódio influenciou na tua vida pessoal?

    Foi uma tristeza muito grande, eu sempre gostei muito de trabalhar, e quando me disseram “tu tem que ficar em casa”, foi um choque muito grande.

    Como era tua relação com o Telmo/Governo antes do ocorrido e como que fica agora?

    Nós éramos amigos desde o tempo de estudante, convivemos uma vida inteira. No primeiro mandato, nossa relação era ótima, nós nos comunicávamos para saber o que cada um precisava, tanto que fiquei feliz que ele quis que eu concorresse com ele de novo. Eu assumi a parte de relacionamento com o público, porque o prefeito era mais da parte administrativo. Nós dois fazíamos a soma perfeita pra Santa Cruz. Já no segundo mandato, ele não me atendia mais, quando eu queria falar com ele, era por meio de intermediários que ele mandava, principalmente o Régis. E isso tomou uma outra dimensão. Jamais imaginei que fosse culminar desta maneira triste e lamentável, tanto pra mim quanto para Santa Cruz.

    Qual motivo a senhora aponta para tudo o que aconteceu?

    Todos me perguntam motivos. Eu não sei. Apenas me pergunto: porquê?

    O que a senhora achou do novo espaço?

    Sobre o espaço, ainda vão me disponibilizar mais uma sala para eu poder atender as pessoas, que as vezes querem tratar assuntos particulares. E eu ainda preciso de mais duas pessoas, uma para me auxiliar nas ações como Natal Fraterno e Campanha do Agasalho, e uma secretária.

    Quais os planos daqui para frente?

    Vou estar à disposição, e o gabinete vai estar de portas abertas para a comunidade. Conforme as atribuições que me concede a lei, vou supervisionar, coordenar as atividades das secretarias, ir atrás de recursos para Santa Cruz, inclusive tenho reuniões agendadas em Brasília nos próximos dias. Vou fazer o máximo que eu puder, porque Santa Cruz do Sul merece. Sei do carinho que as pessoas tem por mim, e quero inclusive agradecer as inúmeras manifestações, telefonemas, flores, (emocionada). Isso me deu muito conforto.

    Qual a tua visão para o cenário político de 2020?

    Prefiro não falar sobre isso, vamos deixar o tempo dizer. O futuro a Deus pertence.