SAÚDE

Vacinação contra a gripe é fundamental para evitar internações graves, alerta infectologista

Publicado em: 31 de maio de 2025 às 07:00
  • Por
    Emily Lara
  • Foto: Mônica da Cruz/Grupo Arauto
    compartilhe essa matéria

    Com baixa cobertura vacinal, Santa Cruz e região enfrentam aumento de hospitalizações

    Diante do aumento de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e da alta ocupação hospitalar em Santa Cruz do Sul e região, o infectologista Marcelo Carneiro alerta para importância da vacinação contra a gripe. Segundo ele, a imunização é uma das ferramentas mais eficazes para evitar complicações graves, como a pneumonia pós-influenza, e preservar a capacidade de atendimento do sistema de saúde.

    A vacinação contra a influenza diminui a probabilidade da forma grave da doença, e ao mesmo tempo diminui a capacidade do vírus se replicar muito, ou seja, aumentar muita quantidade de vírus dentro da pessoa, fazendo com que ela seja menos contagiosa do que uma pessoa que não esteja vacinada”, explica.

    O médico destaca que a adesão à vacinação segue baixa. Segundo dados apresentados por Carneiro, no Rio Grande do Sul, a cobertura vacinal contra a influenza está em apenas 24% entre crianças com menos de seis anos, 20% entre gestantes e 43% entre idosos, justamente os grupos mais vulneráveis às complicações respiratórias.

    O profissional reforça que a vacina da gripe não protege contra todos os tipos de vírus, mas sim contra os mais comuns e os que costumam causar os quadros mais graves. “No ano passado, 80% das pessoas que internaram não estavam vacinadas, mostrando que a vacinação tem um impacto na questão da internação hospitalar“, aponta.

    Ainda, o infectologista reconhece que há uma resistência histórica à vacinação, influenciada nos últimos anos pela desinformação. “Eu posso não ter nenhuma comorbidade, mas se eu tiver uma pessoa doente em casa, ela pode ficar doente, vir para o hospital e ter um evento desfavorável. A gente tem que ter esse senso de compreensão para entender o que está acontecendo e fazer a proteção da nossa pessoa. Isso vai proteger outras pessoas. Se todo mundo fizer a sua parte, sem dúvida vamos ter uma diminuição dos riscos”, afirma.

    Ouça a entrevista completa: