Polícia

Vale do Rio Pardo está na Lista Suja de empresas que praticam condições análogas à escravidão

Publicado em: 30 de janeiro de 2025 às 17:57
  • Por
    Eduardo Elias Wachholtz
  • Imagem ilustrativa | Foto: Ministério do Trabalho/Divulgação
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    Atualizações por parte do Ministério do Trabalho e Emprego ocorrem a cada seis meses

    O Vale do Rio Pardo aparece na atualização mais recente da Lista Suja de empregadores que submeteram trabalhadores a condições análogas à escravidão. O cadastro mais novo, do final do ano passado, inclui 176 empresas, com destaque para atividades como a produção de carvão vegetal e a criação de bovinos. As atualizações ocorrem a cada seis meses.

    Na região, a inclusão na Lista Suja se deve a uma propriedade localizada em Venâncio Aires, que integra a lista desde abril de 2023. O empreendimento segue a tendência nacional e, conforme a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) informada, atua na produção de carvão vegetal a partir de madeiras provenientes de florestas plantadas.

    Os nomes são incluídos após os autuados exercerem o direito de defesa em duas instâncias na esfera administrativa e permanecem no cadastro por dois anos. Durante a fiscalização dos órgãos competentes, constatou-se que quatro trabalhadores estavam submetidos a essas condições.

    Cenário nacional

    No Brasil, entre as atividades econômicas com maior número de inclusões na Lista Suja, destacam-se a produção de carvão vegetal, com 22 empregadores, a criação de bovinos, com 17 propriedades, a extração de minerais, com 14 nomes, além do cultivo de café e da construção civil, ambos com 11. A atualização também resultou na exclusão de 85 empregadores que completaram os dois anos de permanência no cadastro.

    Segundo André Roston, coordenador-geral de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Análogo ao de Escravo e Tráfico de Pessoas do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a atualização reforça o compromisso do Estado com a transparência e a conscientização da sociedade sobre essa grave violação de direitos humanos no Brasil. Denúncias sobre trabalho análogo à escravidão podem ser feitas por meio do Sistema Ipê.