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Depois de um mês do acidente, saudade e esperança no coração dos torcedores

Publicado em: 29 de dezembro de 2016 às 14:19 Atualizado em: 19 de fevereiro de 2024 às 11:24
  • Por
    Luiza Adorna
  • Fonte
    Portal Arauto
  • Foto: Arquivo Pessoal
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    Bruna Medeiros, natural de Chapecó e Chape de coração, relembra o dia 29 de novembro

    Os sorrisos da foto dessa matéria podem não existir, ainda, como naquele dia ensolarado, quando Bruna Medeiros e a amiga Patrícia Siemer foram fotografadas por um jornalista local. Depois do dia 29 de novembro, quando o avião da Chapecoense caiu deixando dirigentes, jogadores, tripulantes e jornalistas mortos, os sorrisos são mais discretos. Porém, o sol vai voltar a brilhar.

    Bruna, 25 anos, acordou cedo no dia 29 de novembro, mais ou menos às 8h30min. Levantou e viu sua mãe sentada na cozinha. Nas mãos a cuia com chimarrão, ao lado o rádio sintonizado. “Caiu o avião da Chapecoense”, ela avisou. No primeiro momento, Bruna pensou ser mentira. Foram minutos até ela conseguir processar a informação. Preparou um café e ligou a televisão. A Globo News transmitia a notícia que ela nunca gostaria de ter recebido.

    As mensagens de solidariedade começaram a chegar pelas redes sociais. Amigos de outros estados queriam dizer que estavam com ela. Mesmo assim, ela tentava acordar do pesadelo vivido de olhos abertos. Perto do meio dia, pronta para ir trabalhar, a mestranda em Desenvolvimento Regional recebeu o comunicado que as atividades e aulas na Unochapecó, universidade da cidade, haviam sido suspensas. Todas as outras faculdades e escolas de rede pública fizeram o mesmo. A cidade estava em luto. O mundo também.

    Não era dia de jogo, era dia de silêncio

    Durante a tarde, Bruna passou pelas ruas próximas ao estádio do time. A movimentação era grande e a Guarda Municipal estava no local. “Mas, não era dia de jogo. Era dia de silêncio. Pelas ruas, crianças, adultos e idosos com as camisetas e bandeiras da Chapecoense. Mas, naquele dia, não teríamos jogos na Arena Condá”, relembra.

    Agora, depois do acidente que vitimou 71 pessoas, restam as lembranças e os sobreviventes. Restam também as crianças, futura nova Chape. O mascote do clube, de apenas 5 anos, vestido de indiozinho é a representação perfeita do que era a Chape, segundo Bruna. “Sempre presente, sempre de verde, sempre com um sonho”, diz.  O time, para a estudante, levava uma mensagem de reconhecimento e valorização da cultura indígena pelo mundo. A cada jogo conquistado, o time reforçava a mensagem para outro canto do país. E agora do mundo, embora dessa forma triste.

    “Acredito que a Chapecoense representa pra Chapecó muito mais do que um time de futebol. Representa a alegria de torcer e trazer reconhecimento para esse povo que, apesar de todas as dificuldades, batalha todo dia e tem orgulho do que tem. Não somos só um time, somos uma família”. Bruna Medeiros