Mudança de horário das sessões divide opiniões na Câmara: “não adianta ficar fazendo cineminha”

O debate envolvendo a possível alteração no horário de início das sessões na Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Sul tem gerado divergências. Antes da última reunião ordinária desta semana, nove dos 17 vereadores se reuniram para discutir a viabilidade da mudança. O encontro resultou na decisão de manter as sessões às 16h até o final do ano, com as solenes iniciando uma hora mais tarde, às 20h, ao invés do horário anterior de 19h. Contudo, o assunto permanece em pauta, com uma possível retomada da discussão em 2024. 

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Até então, as sessões ordinárias iniciavam às 16h e encerravam às 19h, reservando os últimos 15 minutos para as votações. Essa rigidez no horário tinha o objetivo de não atrasar as sessões solenes, eventos que homenageiam personalidades que contribuíram para o desenvolvimento do município. O vereador Edson Azeredo (Progressistas), ao ingressar na Câmara, propôs um requerimento para que as sessões se iniciassem às 18h, o que foi aprovado, embora tenha recebido votos contrários de Bruno Faller (PDT), Ilário Keller (Progressistas), Licério Agnes (PSD), Professor Cleber (União Brasil), Raul Fritsch (Republicanos). 

“Eu tenho assistido até mesmo antes de estar na casa, por diversas vezes, os vereadores reclamando que o período da sessão ordinária não tem como ser como está hoje. Quando tem reunião solene, a sessão se torna pequena para manifestação dos vereadores. Tirando como exemplo a última sessão, eu solicito aos colegas novamente que esse assunto continue em pauta, para que as sessões ordinárias iniciem às 18h e não às 16h. São inúmeras solicitações de pessoas que querem acompanhar as sessões da Câmara. […] da mesma forma, fica meu pedido para que leve como exemplo a Assembleia Legislativa, que escolhe um dia no mês para fazer homenagens, para ter mais sessões solenes em um dia só, para que os vereadores possam discorrer com tranquilidade sobre os assuntos da pauta da sessão ordinária”, disse 

Nicole Weber (PTB) expressou sua posição favorável à mudança de horário e falou sobre a importância da cidadania ativa e da participação da população nas sessões. Ela apresentou um requerimento no ano anterior solicitando a alteração, no qual colocava as dificuldades enfrentadas por quem trabalha durante o horário atual. Por sua vez, Leonel Garibaldi (Novo) reforçou a necessidade de levar a sério as discussões realizadas nas reuniões ordinárias e disse que a comunidade está interessada em debater questões relevantes para o futuro do município. Ele afirmou seu apoio ao requerimento em pauta.

Baseado em sua experiência anterior como presidente da Câmara, Ilário Keller (Progressistas) expressou sua oposição ao requerimento. Ele argumentou que, ao longo dos anos, reuniões ordinárias iniciadas às 18h ou 19h se estendiam até altas horas da noite, chegando às 22h ou 23h, o que impactava tanto os vereadores quanto o público presente. Para o líder de governo no Legislativo, o horário atual, com início às 16h, é considerado adequado e tranquilo. Ele sugeriu que o ajuste necessário poder ser feito no horário das sessões solenes. Ele propôs a possibilidade de estender o início das solenidades.

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Raul Fritsch (Republicanos) destacou a importância de esclarecer à comunidade que, quando o horário das 16h foi estabelecido, sob a presidência de Ilário Keller, todos os 17 vereadores na época aprovaram essa decisão. Ele ressaltou que a manutenção desse horário ao longo do tempo é resultado da ausência de alterações significativas. O vereador enfatizou que não se trata de uma questão partidária, mas sim de uma decisão coletiva tomada durante um período de pandemia. Ele apontou que é essencial ter uma discussão aprofundada sobre o tema e declarou que seu voto é contrário à proposta de mudança no horário das sessões.