Setor entende que outras manifestações culturais, como o carnaval, não foram devidamente ouvidas
A sensação de não serem ouvidos tem gerado forte insatisfação entre representantes do setor cultural de Santa Cruz do Sul diante da tramitação do projeto de lei conhecido como “Lei do Galpão”, em análise na Câmara de Vereadores. A proposta, de autoria do vereador Andrei Barbosa (PDT), pretende regulamentar a emissão de ruídos em atividades culturais promovidas por entidades tradicionais do município, mas vem sendo criticada por ter sido construída sem a participação efetiva de diferentes segmentos culturais da cidade.
Em entrevista à Arauto News 89,9 FM, a vice-presidente do Conselho Municipal de Cultura, Magui Kämpf, expressou a frustração da classe. Segundo ela, o texto foi elaborado de forma unilateral, sem o necessário diálogo com o setor. “Provavelmente o vereador Andrei ouviu uma parte do tradicionalismo e se baseou nisso para montar essa proposta, mas as outras áreas não foram ouvidas”, afirmou.
Para Magui, é justamente essa ausência de escuta que torna o projeto desequilibrado. Ela destaca que cada manifestação cultural possui suas próprias dinâmicas, como horários, frequência de ensaios e características sonoras, e que todas essas especificidades deveriam ser levadas em conta. “Nós precisamos dialogar, nos ouvir, entender todos os lados e, a partir disso, construir a melhor solução conjuntamente”, pontuou.
Como forma de reivindicar espaço no debate, o Conselho Municipal de Cultura protocolou um pedido formal de suspensão da tramitação do projeto. O documento foi entregue ao vereador Andrei Barbosa na sessão ordinária desta segunda-feira (26), por meio da presidente do Legislativo, Nicole Weber (Podemos). A solicitação busca garantir tempo para que o tema seja debatido com mais profundidade e com a presença de todas as partes envolvidas. “É um pedido de atenção. A gente espera que o segmento cultural seja convidado pela Câmara, ou pelo Andrei, para dialogar o projeto”, reforçou Magui.
Durante a sessão, o vereador defendeu a iniciativa, afirmando que o texto foi construído “a várias mãos” e com o intuito de valorizar as expressões culturais locais. Disse ainda estar aberto a contribuições e disposto a ouvir novas sugestões. No entanto, para boa parte do setor cultural, o principal problema já está posto: até agora, não houve diálogo real.
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