Polícia

Apenas em janeiro, Santa Cruz já registrou 99 casos de violência doméstica

Publicado em: 29 de janeiro de 2025 às 18:03
  • Por
    Paola Severo
  • Colaboração
    Mônica da Cruz
  • FOTO: NÍCOLAS DA SILVA/ARQUIVO/PORTAL ARAUTO
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    Titular da Delegacia Especializada ao Atendimento à Mulher fala sobre os sinais e a importância da mulher procurar ajuda

    Nos primeiros 28 dias do mês de janeiro, Santa Cruz do Sul já teve 99 casos de violência doméstica registrados. São quase três casos por dia neste primeiro mês de 2025. Os dados são Delegacia Especializada ao Atendimento à Mulher (Deam) do município e foram divulgados pela delegada titular Raquel Schneider em entrevista ao programa Direto ao Ponto da Arauto News.

    Conforme a delegada, 99 é o número de inquéritos instaurados até o momento neste ano. Ela explica que há outras ocorrências que foram registradas, no entanto, nestes casos, que envolvem injúria e agressão verbal, a vítima não quis dar andamento no processo.

    A titular da Deam ressalta que apesar do número elevado, os registros demonstram uma maior conscientização das vítimas com relação a buscar a ajuda das forças de segurança. “Para nós é um número expressivo, que nos assusta porque a gente precisa frear a violência. Mas a gente também percebe que toda essa conscientização está fazendo com que a cifra oculta venha à tona. Aquelas vítimas que não procuravam, que não sabiam onde ir ou que, daqui a pouco, não tinham coragem e alguém incentiva a ir, estes números também estão aumentando por isso”, salienta.

    Raquel Schneider explica que há uma escalada da violência que leva ao feminicídio. De acordo com a delegada, nos casos de violência contra a mulher sempre é analisado o que se chama de no “ciclo da violência”. “A gente percebe que quando acontece um feminicídio, ele vem numa escalada da violência. Existe o ciclo da violência, que começa com xingamentos, daqui a pouco passou essa fase e vai entrar na agressão física, até culminar em uma tragédia se a vítima não se der conta que está vivendo tudo isso e não procurar ajuda. Por vezes a tragédia foi o desfecho e antes não houve sinais, então não temos como generalizar. Mas de modo geral há sim sinais”, destaca.

    A delegada reforça que iniciativas como a Amigas da Deam, auxiliam no combate e no acolhimento de vítimas. O Amigas da Deam, por exemplo, é um projeto que está em andamento e busca capacitar colabores de empresas para que saibam o que fazer ao perceber uma vítima de violência doméstica.

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