Polícia

“Onde deveriam estar seis presos estão 24”, diz administrador do PEL

Publicado em: 28 de junho de 2017 às 16:10 Atualizado em: 19 de fevereiro de 2024 às 14:37
  • Por
    Luiza Adorna
  • Fonte
    Portal Arauto
  • Foto: Reprodução/Susepe
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    Presídio Estadual de Lajeado foi interditado nesta terça-feira

    Por 90 dias o Presídio Estadual de Lajeado (PEL) não pode mais receber presos. A decisão, do Ministério Público e do Judiciário, vale desde esta terça-feira (27). Com superlotação e problemas infraestruturais em um prédio com mais de 50 anos, o Presídio fecha as portas para novos apenados, mas continua sem espaço.

    De acordo com David Horn, administrador interino do local, há três vezes mais presos do que a capacidade. Ele salienta ainda que, em alguma celas, há quatro vezes mais. “Onde deveriam estar seis, estão 24”, destaca. Essas celas onde fica complicado se movimentar, geralmente, são espaços destinados a homossexuais ou criminosos que praticaram violência física e sexual contra mulheres e crianças. Eles não são bem aceitos pelos demais apenados.

    Com capacidade para 126 pessoas, o presídio abriga 550 criminosos. Faltam agentes e falta espaço para trabalhos de ressocialização. Segundo Horn, a precariedade da educação brasileira piora com o fato de não conseguirem tentar ajustar os bandidos com o convívio social dentro do Presídio. “Não temos espaço para novos presos e muito menos espaço para abrigar projetos que colaborem para reinserção deles na sociedade”, diz.

    Uma operação de revista na Galeria B deve se transformar na transferência de um determinado número de presos. Os locais ainda não estão definidos. Além disso, a interdição pode ou não continuar depois dos 90 dias. “Ou ela será cancelada ou prorrogada. Isso depende do juiz Luís Antônio de Abreu Johnson, diretor da Comarca de Lajeado”, explica.

    “Os crimes continuam”

    Questionado pelo Portal Arauto sobre a interdição, David Horn deixou claro que há os dois lados: “Diminuem os nossos problemas, pois reduz a lotação e mobiliza o Estado. Porém, os crimes continuam”, salienta, lembrando que, para os bandidos, isso não muda nada.

    O que interfere na região?

    Segundo o delegado Bruno Carlos Pereira, da 8ª Delegacia Penitenciária Regional, não serão transferidos apenados para presídios da região do Vale do Rio Pardo. “Existe uma lista de presos do Presídio Estadual de Lajeado que retornarão, gradativamente, para a região de Porto Alegre."