Em sua formação histórica o Estado do Rio Grande do Sul não pertencia ao Brasil. Pela sucessão de tratados entre Portugal e Espanha, a província pertencia à Espanha, sendo colonizada através das reduções jesuíticas da Companhia de Jesus.
As missões jesuíticas na América, também chamadas de reduções, foram aldeamentos indígenas organizados e administrados pelos padres jesuítas, com intuito civilizador e evangelizador.
As reduções jesuíticas abrigavam milhares de indígenas, sendo praticadas várias atividades prósperas de agricultura e pecuária, além de lutarem contra as expedições dos bandeirantes paulistas que invadiam essas terras para capturar os indígenas e depois vendê-los como escravos.
Na sucessão de tratados, o “continente” foi trocado pela província de Sacramento, seguindo-se a destruição das reduções pela ocupação portuguesa.
Defesa do Brasil ante as fronteiras espanholas, o Rio Grande sempre foi guerreiro e de espirito independente, chegando a proclamar a República e sua independência.
Aos farrapos, depois de dez anos de luta, assinou paz honrosa com o império, mantendo vivos seus ideais, inclusive a liberdade dos escravos, décadas à frente do Brasil.
Com seu linguajar típico, bandeira e hino, manteve sua identidade e dedicação ao trabalho, avançando Brasil acima e colonizando Paraná, Mato Grosso e outros Estados.
Com a têmpera de lutas e tragédias de sua história, nunca esmoreceu, mantendo sempre viva sua altivez.
Se em muitos momentos decepcionou-se com o Brasil, a ponto de muitos pensarem em nova independência, precisou nova tragédia para mostrar que seu povo é um só e que jamais estaremos sós.
Nos momentos mais difíceis foram os voluntários que apareceram de todos os cantos do País com barcos e jet ski para resgatar pessoas e animais.
Forças de segurança, Brigada Militar, Bombeiros, policiais, exército, clubes de serviço e pessoas comuns, todos irmanados no atendimento das vítimas da enchente. O ciclo da enchente de 1941 repete-se em 2024 com mais intensidade. Mais de um mil milímetros de chuva no mês de maio, equivalente a oito vezes o esperado.
No momento de maior desespero surgiu ajuda de todo lado. Governos e Estados federados, irmãos de outras querências e até do exterior mandaram ajuda.
No Rio de Janeiro, Maracanã lotado para assistir os times do União e Esperança empatando em favor do Rio Grande.
Cena que jamais imaginaria, arrozeiros colocando seus tratores no Aeroporto Salgado Filho, bombeando a água para desobstruir a pista, enquanto a Base Aérea de Canoas abria as portas para os voos de passageiros.
A tragédia mostrou que somos todos irmãos e a força do seu povo, unido, reerguerá o Rio Grande, pelo bem desse imenso Brasil.
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