Parte do longo aterro, desde Linha Facão, também foi destruído pela enxurrada, deixando a cidade de Candelária isolada
Ainda menino, estava parado defronte à casa das “moças do Schmidt”, elegantes meninas que ajudavam seu pai na Ferragem Schmidt, junto à praça.
Do outro lado da rua o Cine Teatro Coliseu.
De repente o barulho ensurdecedor das “carreteras”, descendo a Av. Pereira Rego, em Candelária, dobrando na Rua Andrade Neves, junto ao prédio do Banco Agrícola Mercantil, onde depois trabalhei, famoso pela porta de ferro com as letras BAM, BAM, como se fossem tiros.
Os “ases” das carreteras eu sabia de cor pelas transmissões de rádio: Catarino Andreatta, Diogo Ellwanger, José Asmuz, Breno Fornari, Osvaldo de Oliveira…
Quase em duas rodas, dobraram, na direção do Rio Pardo, passando pela esquina do “Pasteleiro”, na Rua Benjamin Constant.
A corrida parava junto à barca, para a travessia do Rio Pardo, sendo retomada com a vantagem da chegada ao rio, pois caíra a ponte.
Tinha sido construída no “Corredor da Barca Velha”, hoje Rua Amândio Silva, no Bairro Rincão Comprido, onde hoje fica o Fórum.
Não contavam com a força daquele pequeno rio que descia das montanhas arrastando tudo por diante.
Caíra a ponte que Teixeirinha ajudou a construir, quando trabalhava no DAER e, com seu violão, alegrava as noites no Hotel dos Viajantes, construído por meu bisavô, Jacob Jensen.
Durante a reconstrução, nova enchente levou as obras da ponte.
Na terceira vez, finalmente, o viaduto em curva, construído um quilometro antes, salvou a ponte de novas quedas.
A ponte não resistiu, no entanto, à catástrofe de 2024 e aos mil milímetros de chuva, tendo parte da estrutura deslocada e o acesso arrancado.
Parte do longo aterro, desde Linha Facão, também foi destruído, deixando a cidade de Candelária isolada.
Na reconstrução entenda-se que a estrada funciona como barragem e onde rompeu é preciso fazer-se viadutos e bueiros.
Eu não tenho culpa, diria a água. Eu só quero passar…
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