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Seminário apresenta mudanças que o crédito rural assistido proporciona para famílias

Publicado em: 28 de março de 2025 às 07:00
  • Por
    Portal Arauto
  • Fonte
    Assessoria de Imprensa
  • Foto: Divulgação / Emater
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    Encontro ocorreu durante a Expoagro Afubra

    Experiências exitosas no uso do crédito rural e manejo do solo para diminuir os impactos das estiagens foram apresentados na tarde desta quinta-feira (27/03) no 2º Seminário Regional de Crédito Rural promovido pela Emater/RS-Ascar, durante a Expoagro Afubra. O evento aconteceu no auditório da feira e foi acompanhado pelo diretor da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) Alex Teichmann.

    Entre as práticas inovadoras e bem-sucedidas expostas, estiveram o case de Turismo Rural da Pousada Camponesa, de Santa Cruz do Sul. Na 6ª geração da família na propriedade, Verônica Kern Kappel Etges conta que diversificou a propriedade e trabalha já há 20 anos com o Turismo Rural, com foco atualmente na hospedagem e eventos. Para a construção da propriedade e da hospedaria ela acessou crédito do Pronaf, pegando financiamento, pagando e renovando. E em 2023, conseguiu financiar a construção de um espaço para eventos com mais de 400m². Para ela, o crédito rural permitiu expandir o empreendimento, melhorando a renda e a qualidade de vida da família e oportunizando a sucessão rural.

    O produtor Adilson Lodi da Silva, de Soledade, apresentou o relato de “Produção de Forragem com Irrigação”. Ele conta que a irrigação sempre foi um sonho, que se tornou possível em 9 ha graças ao auxílio da Emater/RS-Ascar e o acesso ao Pronaf e à subvenção do Supera Estiagem, do Governo do Estado, e que vai ser ampliada para mais 23 ha com pivô central. Segundo ele, os impactos observados após a aplicação do crédito foram maior teto produtivo, estabilidade de produção e valor agregado, aumento da renda e a chance de garantir a sucessão familiar.

    Outras experiências relatadas que acessaram o Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais (Feaper) foram “Silo Secador de Grãos Agregando Renda à Propriedade”, pelos produtores Michele e Valdenir Morinel, de Passa Sete, e “Aproveitamento de Dejetos e Bem-estar Animal”, com o investimento em esterqueiras e reforma da sala de ordenha das vacas, pelos produtores Rosmar e Ronaldo Kretzmann, de Vale do Sol.

    De acordo com o assessor especial da Diretoria Técnica da Emater/RS-Ascar, Célio Colle, a Emater/RS-Ascar tem 1.050 projetos neste ano no Feaper Agrofamília, com o aporte de R$ 31 milhões, além de mais de 1.800 projetos em andamento dos anos anteriores, Consulta Popular, no valor de mais R$ 30 milhões. Nas linhas de crédito Pronaf, Pronamp e demais, em 2024 a Instituição encaminhou para os agentes financeiros em torno de 35 mil projetos, beneficiando mais de 32 mil famílias.

    RESILIÊNCIA CLIMÁTICA

    Após os relatos, o extensionista da Emater/RS-Ascar, Josemar Parise, falou sobre estratégias para diminuir os impactos da estiagem, com foco no manejo do solo. “Nós não temos como regular o tempo, mas podemos agir, no conjunto das práticas agrícolas associadas, para diminuir as perdas causadas pelas estiagens que têm se repetido nas últimas seis safras (cinco longas estiagens e uma estiagem curta) e que trazem um impacto muito grande na agricultura”, ressalta.

    Essas estratégias focam principalmente no manejo do solo, nas boas práticas agrícolas, buscando assim um solo fisicamente mais estruturado, poroso, proporcionado pela diversificação de culturas, pelas plantas de cobertura. E, com isso, fazer com que a água da chuva possa infiltrar mais para poder ter mais reservação de água no solo, como um reservatório natural, e ao mesmo tempo também proporcionar ao sistema radicular um crescimento maior em profundidade, com mais chance de buscar água. “Mas também associado isso a outras práticas agrícolas relativas às próprias culturas, como a qualidade genética da cultivar, com seu ciclo, sua época de plantio, a população de planta, com seu hábito de crescimento, envolvendo as duas principais culturas, que são o milho e soja”, frisa o extensionista.

    Conforme Parise, os resultados desse manejo adequado podem ser observados no trabalho que vem sendo desenvolvido na região desde 2017. “Temos notado que em áreas onde tem solos que são bem manejados, estruturados, as produtividades são superiores às daquelas glebas que têm um manejo inferior, ou seja, que apresentam limitações físicas e químicas, como compactação, e que potencializam os efeitos da estiagem, se traduzindo em grandes perdas”, explica Parise.