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Santa-cruzense Adilson da Silva é destaque em torneio na Europa

Publicado em: 27 de dezembro de 2022 às 08:15 Atualizado em: 04 de março de 2024 às 15:47
  • Por
    Guilherme Bender
  • Fonte
    Jornal Arauto
  • Foto: Divulgação
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    Em competição iniciada em maio, resultado positivo em dezembro é fruto de consistência, treino e determinação

    O santa-cruzense Adilson da Silva foi o grande destaque do torneio de golfe European Senior Tour. O campeonato, voltado para golfistas acima dos 50 anos, foi finalizado em 11 de dezembro, e ainda levou o brasileiro a vencer o prêmio Barry Lane, de novato do ano. Ele terminou na segunda colocação, com 2.253 pontos, terminando atrás apenas do sul-africano James Kingston, com 2.845. A competição ocorreu também na África, nas Ilhas Maurício e Seychelles.

    O expressivo resultado é a coroação de uma temporada arrasadora do santa-cruzense, que acumulou ótimos desempenhos no decorrer do ano. Além do título da Staysure PGA Seniors Championship, na Inglaterra, Adilson conquistou um vice-campeonato no French Senior Tour, em setembro, e um terceiro lugar na Áustria, pelo Riegler & Partner Legends 2022, em maio. Os últimos dois países a serem visitados pelo tour foram as Ilhas Maurício e as Ilhas Seychelles, em que Adilson foi vice e quarto colocado, respectivamente.

    O Legends Tour ocorreu de maio a dezembro, percorrendo diversos países da Europa e finalizando na África. Ao longo do torneio, os competidores acumularam pontos visando o grande e decisivo título final, o Order of Merit 2022.

    Trajetória

    Tudo começou aos 14 anos de idade, quando Adilson visitou e viu pela primeira vez o esporte em um clube. Maravilhado com a distância que a bolinha percorria com as tacadas dos golfistas, passou a frequentar mais os campos de golfe, chegando a ganhar dinheiro procurando bolinhas e carregando os tacos.
    Adilson ainda destaca a importância do Santa Cruz Country Club na construção de sua carreira. Foi ali que construiu amizades, com uma dessas levando-o ao Zimbábue, dando o pontapé para o profissionalismo no esporte, atingido em 1995 na África do Sul, onde reside. “É um lugar muito especial para mim. É sempre bom voltar e reencontrar velhos amigos e sócios que ainda continuam frequentando o clube”, conta o golfista.

    Para o futuro, Adilson planeja continuar participando do Legends Tour europeu, competindo ainda em torneios sul-africanos. O golfista já foi campeão em três continentes. Foram 13 títulos na África do Sul, no Sunshine Tour. Adilson também foi campeão na Ásia e mais recentemente na Europa. Além disso, a carreira do atleta acumula 25 vice-campeonatos.

    “A sensação de figurar no topo do campeonato foi incrível. Após cinco anos de seca desde a última vitória, foi muito bom voltar a vencer”, explica Adilson, que não se deixou abalar pela sequência ruim de resultados. “Fui com o pensamento bastante positivo, focando em uma tacada por vez e sem pensar no futuro”, complementa, destacando a concentração como a principal aliada para o grande resultado.

    A vitória na Inglaterra deu passe livre para Adilson participar de todo o European Legends Tour novamente em 2023. “Vencer na Inglaterra criou uma memória que vai ficar presa na minha cabeça por muito tempo”, disse o golfista.

    Contudo, uma das maiores conquistas veio em 2016, quando o golfe voltou a ser esporte olímpico, justamente nos Jogos do Rio de Janeiro, no Brasil. Adilson abriu a primeira partida olímpica de golfe após 112 anos com o esporte fora do grande evento. Outro marco foi participar três vezes do British Open, um dos mais antigos e tradicionais torneios de golfe no planeta. “Mas também é importante representar o Brasil. Cada vez que você carrega a bandeira do seu país é uma honra e um sonho de qualquer atleta, de qualquer esporte”, comenta Adilson, que também levou o nome do Brasil consigo na Copa do Mundo de Golfe e nos Jogos Pan-Americanos.

    Preparação

    Adilson conta que treina todos os dias, de segunda à sexta. Além de passar várias horas pela manhã praticando o esporte, ele se dedica à musculação. Enfrentando um problema nas costas, o santa-cruzense ainda treina com um especialista em musculação para a região. “O trabalho físico e mental é muito importante. Você precisa alinhar os dois e isso vai refletir no seu jogo. O golfe,  assim como os outros esportes, é uma maratona e não uma corrida pequena”, avalia o atleta, que observa a grande e constante evolução do golfe e dos demais jogadores como uma motivação para trabalhar e aprender sobre o esporte, que sempre apresenta algo novo para absorver.

    O Brasil no golfe

    Adilson vê o Brasil dando grandes passos na melhoria das condições para os golfistas do país. Comparado a quando começou, com falta até mesmo de tacos e também de campos para a prática do esporte, o jogador observa uma evolução significativa. Ele também vê um salto relevante na valorização dos jovens golfistas brasileiros, com um número maior de mirins praticando o esporte. “Isso é uma chave importante que os clubes brasileiros precisam. A África do Sul é destaque pois tem uma academia de jovens muito boa. Com 15 e 16 anos já há atletas jogando como profissionais”, ressalta Adilson.