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Safrinha gaúcha pode render R$ 287 milhões

Publicado em: 27 de abril de 2017 às 09:17 Atualizado em: 19 de fevereiro de 2024 às 13:44
  • Por
    Bruna Lovato
  • Fonte
    SindiTabaco
  • Foto: Divulgação
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    Expectativa é que o cultivo de milho, feijão, soja e pastagens gere R$ 600 milhões nos 3 estados do Sul

    Para marcar o início da colheita da safrinha gaúcha, o Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) promoveu nesta quarta-feira (26), o dia de campo do Programa Milho, Feijão e Pastagens após a colheita do tabaco. O evento realizado na propriedade de André Dupont, na localidade de João Rodrigues, em Rio Pardo, contou com a participação do secretário Estadual de Agricultura, Pecuária e Irrigação (SEAPI/RS), Ernani Polo, do coordenador de Programas da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR/RS), Atílio Puntel, do prefeito de Rio Pardo, Rafael Reis Barros, além de representantes da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag/RS), da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) e da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), produtores, empresas e imprensa.

    O presidente do SindiTabaco, Iro Schünke, apresentou os dados levantados. Segundo ele, no Rio Grande do Sul foram cultivados 96.620 hectares, entre milho, feijão, soja e pastagens, com rendimento estimado de R$ 287 milhões. Ele também apontou que, nos três estados do Sul do Brasil, foram 190.360 hectares, e o rendimento para os produtores deve chegar a R$ 600 milhões. "O setor do tabaco sempre apoiou a diversificação, desde que ofereça renda real aos produtores. Pesquisa recente demonstrou que 79% dos produtores fazem algum tipo de rotação de culturas para reduzir a proliferação de pragas, doenças e ervas daninhas e que cerca de 50% garante renda com outros produtos além do tabaco, aumentando significativamente a sua renda", comentou Schünke, avaliando ainda que além do milho, feijão e pastagens, os produtores também têm aderido ao cultivo da soja em áreas onde foi colhido o tabaco.

    Ernani Polo, secretário Estadual da SEAPI/RS, falou do envolvimento das entidades no apoio ao produtor. "São ações como esta que dão condições para que o Rio Grande do Sul continue sendo protagonista na área rural. A integração entre as entidades tem dado resultados em diversas áreas", disse. "O Rio Grande do Sul está entre os Estados com maior diversidade de produção. No passado, os produtores de tabaco eram discriminados. Mas essa não é mais a realidade do governo do Estado. Valorizamos a cultura e estamos de portas abertas, pois sabemos que a agricultura é quem sustenta a economia gaúcha e a produção de tabaco cumpre um papel muito importante nesse sentido", frisou. 

    Dados do levantamento
    Levantamento realizado pelo SindiTabaco contabilizou os números da produção de grãos nas áreas produtoras de tabaco e as estimativas de renda para os produtores. Segundo a pesquisa, a safrinha gaúcha teve o plantio de 62.770 hectares de milho e 4.380 hectares de feijão. No Rio Grande do Sul, com uma produtividade média do milho estimada em 6,8 toneladas por hectare, o volume chegará a 426.836 toneladas. Considerando o preço médio de R$ 527,00 por tonelada, o total da safrinha gaúcha de milho pode chegar a R$ 225 milhões. Em relação ao feijão, a produtividade é estimada em 2,3 toneladas por hectare, com safra de 10.075 toneladas. Ao preço médio de R$ 3.970,00 por tonelada, a safra gaúcha de feijão poderá chegar a aproximadamente R$ 40 milhões. 

    Considerando as regiões produtoras de tabaco no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, foram cultivados 111 mil hectares de milho e 16 mil hectares de feijão, 49 mil hectares de pastagem e 14 mil hectares de soja, com expectativa de rendimento de R$ 415 milhões para o milho e R$ 128 milhões para o feijão. Após a colheita, o produtor de tabaco cultiva também outros grãos, com destaque para a soja que renderá em torno de R$ 57 milhões nos quase 14 mil hectares plantados. Há ainda o cultivo significativo de pastagens para alimentação dos animais. O levantamento apontou que no Rio Grande do Sul, 23 mil hectares são utilizados para pastagens e, nos três estados sul-brasileiros, a soma alcança quase 50 mil hectares.