Terceiro júri relacionado ao mesmo caso ocorreu nesta quinta, no Fórum. Homem de 32 anos foi morto a tiros em 2018 enquanto levava menina na garupa de moto
Em julgamento realizado nesta quinta-feira (27), Lisandra Makelly Machado, de 33 anos, foi condenada a 8 anos de prisão, em regime semiaberto. Ela foi apontada pela Polícia Civil e Ministério Público (MP) como mandante do assassinato de Thiago Maciel de Borba, de 32 anos, que era seu companheiro e pai da sua única filha. A sessão no Fórum de Santa Cruz do Sul teve início às 9h30 e foi presidida pela juíza Márcia Inês Doebber Wrasse. O promotor Gustavo Burgos de Oliveira representou o MP, enquanto o advogado Roberto Alves de Oliveira atuou na defesa da acusada.
Também réu marcado para ser julgado nesta quinta, Cláudio Mendes Pacheco, o Toquinho, de 46 anos, chegou a ser transportado da Penitenciária Estadual do Jacuí (PEJ) até o Fórum de Santa Cruz, no entanto alegou estar com tuberculose e não aceitou ser julgado sem a sua presença como foi proposto. Diante disso, a juíza Márcia fez a cisão do processo e ele será julgado em momento posterior, terminando por ser conduzido novamente à PEJ pela Polícia Penal.
O crime analisado nesta quinta por um corpo de jurados formado por quatro mulheres e três homens remete à noite de 10 de setembro de 2018. Por volta das 19h30, na Rua São Filipe, no Loteamento Beckenkamp, Bairro Dona Carlota, Tchaco, como Thiago Maciel de Borba era conhecido, foi assassinado na frente da filha. Ele chegava em casa com a criança de 6 anos na garupa de uma motocicleta, quando foi surpreendido por homens que apareceram atirando do interior de um Renault Clio prata. Thiago, em uma tentativa desesperada de salvar a filha, empurrou a criança para um lado e correu a pé para outro, mas foi atingido por quatro tiros na região do peito e morreu no local.
Escutas telefônicas foram decisivas
O delegado Alessander Zucuni Garcia foi a única testemunha a depor no júri desta quinta-feira. Ele revelou detalhes do caso. Entre eles, as interceptações telefônicas identificadas pela Delegacia de Polícia de Cachoeira do Sul, que indicou a participação de Toquinho e Lisandra já após o fim de um primeiro procedimento investigatório. Depois que o inquérito da Polícia Civil já havia encerrado, com o processo aberto contra cinco pessoas envolvidas, foi identificada a interceptação telefônica de uma conversa da então companheira de Thiago, com quem ele tinha a filha de 6 anos. A escuta indicava que Lisandra Makelly Machado e o apenado Cláudio Mendes Pacheco, o Toquinho, apontado como um dos líderes da facção Os Manos na região, haviam conversado sobre o assunto.
Conforme o delegado Alessander, a interceptação telefônica de Cachoeira do Sul esclareceu completamente a motivação. A companheira do Thiago, por telefone, teria instigado Toquinho a matá-lo. Atendendo a esse pedido, Toquinho então teria solicitado que Marcelinho cumprisse essa missão, e este acionou quatro subordinados, que executaram o crime. A revelação chamou a atenção, principalmente porque no dia do homicídio Tchaco chegou à Rua São Filipe com a filha de 6 anos na garupa da motocicleta, e precisou empurrar a menina para longe, para que ela não fosse atingida. A morte aconteceu em frente à casa da mãe de Thiago, e a companheira teria chegado ao local minutos após o homicídio. Ao ver a motocicleta no chão, ela teria se certificado de que a filha estava segura – na residência de vizinhos – e foi verificar o estado do marido. O júri desta quinta foi encerrado por volta das 17h.
Demais julgamento
Ao todo, foram sete pessoas investigadas, indiciadas pela Polícia Civil e denunciadas pelo MP. Cinco já haviam sido condenadas anteriormente. Anderson dos Santos Ramos, de 28 anos; João Carlos Godoy, de 41; e Deividi dos Santos, o “Vivi”, de 33, confessaram serem executores do crime, em júri realizado no dia 20 de julho de 2023. João Carlos foi condenado a 19 anos e seis meses de reclusão; Anderson dos Santos pegou 17 e Deividi dos Santos foi sentenciado a 12 anos. Bruno Gomes Lima, atualmente com 23 anos, que respondeu ao mesmo processo como executor do crime (na época tinha 17 anos), foi condenado na Vara da Infância e Juventude. E o ex-pistoleiro de facção, Marcelinho do Carmo, atualmente como 39 anos, foi condenado a 22 anos de prisão como coordenador dos executores do crime, em sessão do Tribunal do Júri realizada em 5 de outubro de 2022. Ele cumpre pena na Penitenciária Modulada Estadual de Charqueadas (PMEC).
Após o júri desta quinta, Lisandra Makelly Machado foi levada para o Presídio Estadual Feminino de Rio Pardo, onde aguardará detida a tornozeleira eletrônica que colocará para iniciar o cumprimento da pena em regime semiaberto. Toquinho – último que será julgado pelo mesmo caso – permanece na PEJ até uma nova data de júri ser marcada pela Justiça.
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