Dentro e fora dos gramados, o amor pelo Futebol Clube Santa Cruz que passou de pai para filho

Ao longo de 110 anos de história, o Futebol Clube Santa Cruz, que comemorou aniversário nesse domingo (26), construiu sua trajetória pela força de pessoas. Personagens que se dedicaram – e ainda se dedicam – ao máximo para que o dia-a-dia no clube funcione, seja dentro ou fora do gramado do Estádio dos Plátanos. 

O advogado Mateus Porto, de 46 anos, é um desses personagens com forte ligação ao clube. "Convivo com o Galo desde criança. A história não só minha mas de toda minha família se confunde praticamente com a história do Futebol Clube Santa Cruz. Iniciou lá na década de 1960 com meu pai, Gabriel Porto (conhecido como Cuca), que é um atleta laureado do clube", conta. 

Desde a época do pai como jogador o pequeno torcedor do Galo já vinha aos treinos e acompanhava toda a movimentação no Estádio dos Plátanos. O pai ainda chegou a se tornar treinador e dirigente do clube, o que fez o menino Mateus se identificar ainda mais com o alvinegro santa-cruzense. 

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Atualmente, Mateus é um dos assessores jurídicos do clube e faz parte do Conselho Deliberativo. "O futebol do interior, via de regra, é feito com pessoas que trabalham voluntariamente para o clube. São pessoas que se dedicam ao clube por ter essa paixão e identificação. Eu sou uma dessas pessoas, que ao longo dos anos criou vínculo e hoje desempenho esse trabalho voluntariamente", salienta. 

O pai deixou uma marca grande no futebol do Santa Cruz, mas Mateus também teve oportunidade como atleta profissional. "Eu joguei nas categorias de base e, por um curto período, de 1996 a 1998, joguei no futebol profissional, pois conciliava o futebol com os estudos. Inclusive no ultimo acesso do clube para a divisão especial do Campeonato Gaúcho, em 1997, eu fiz parte, mas logo em seguida eu optei por seguir minha carreira profissional como advogado", explica Mateus. 

Em 2013, aceitou convite para entrar no Conselho Deliberativo do clube e desde então participa ativamente nos bastidores do Santa Cruz. Em todos os anos ligados ao Galo, Porto lembra de duas grandes alegrias. Uma como jogador e outra mais recente, acompanhando fora dos gramados. "Como atleta foi o acesso de 1997, mas como torcedor os momentos mais marcantes foram as duas conquistas mais recentes, da Copinha da Federação e do titulo da Segunda Divisão", destaca. 

Também em 1997, o ex-atacante recorda uma história curiosa, de quando os atletas jogavam pela renda de bilheteria. "Tinha uma parceria com alguns atletas profissionais, muitos já tinham parado de jogar, mas naquele ano a um convite do Guido Knak, que foi um dos mentores dessa parceria, voltaram a desempenhar o futebol, e jogavam pela renda auferida em cada jogo no estádio dos Plátanos, que era divida entre esses atletas. O que pareceu ser uma ideia maluca, por atletas jogarem pela renda, dentro de campo deu certo. O estádio estava sempre lotado, a equipe começou a pegar corpo na competição e ao final atingiu o grande objetivo do clube e retornou para a elite do futebol gaúcho", relembra. 

Para o futuro do clube, Mateus quer ver o futebol do Galo ativo o ano inteiro. "Para a realidade de um clube de interior, acredito que o objetivo é que se tenha uma estrutura, uma auto-sustentação para ter um calendário o ano todo, participar de todas as competições, principalmente a nível nacional", finaliza Porto.