OUTUBRO ROSA

“Agradeço que descobri logo”, afirma moradora de Santa Cruz sobre câncer de mama

Publicado em: 26 de outubro de 2024 às 17:33
  • Por
    Mônica da Cruz
  • Deise no início do tratamento | Foto: Arquivo Pessoal
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    Deise Lirio Ferreira segue em processo de recuperação, e recebe apoio da família e amigos

    “Na minha família ninguém teve câncer de mama, então tudo foi novo para mim”, destaca a moradora de Santa Cruz, Deise Lirio Ferreira. Ainda em processo de recuperação, devido às sessões de quimio e radioterapia, a auxiliar legislativo da Câmara de Vereadores de Venâncio Aires relembra a descoberta do tumor e os medos durante as etapas.

    Deise conta que realiza, anualmente, os exames de rotina. Porém, no início de dezembro de 2023 ela sentiu o seio mais duro e pensou que poderia ser alguma inflamação. A ideia de um câncer jamais lhe ocorreu naquele momento. “Eu já tinha ouvido falar em câncer de mama e achava que tinha que ser um nódulo. No meu caso não senti isso, era semelhante a ‘mastite’.” A partir disso, a auxiliar legislativo procurou atendimento médico.

    Deise ao lado do pai, que apesar de não falar mais, sempre se emocionava ao ver o cabelo da filha crescendo | Foto: Arquivo Pessoal

    A moradora de Santa Cruz destaca que até a realização da mamografia estava tranquila. Mas ao receber o laudo e ser informada de que havia uma suspeita de tumor, a preocupação começou a aparecer. “Quando cheguei, para minha surpresa, ela [a médica] tinha recebido meu exame e estava marcando uma cirurgia para mim. Lembro como se fosse hoje, ela dizendo ‘desculpe, mas quero marcar logo o teu procedimento, pois meu colega irá viajar e quero aproveitar. E eu meio assustada e meio incrédula só concordava. Mas quando ela tocou no meu seio, ela disse que era agressivo e não daria para fazer cirurgia”, conta.

    “Acho que a partir dali não escutei mais nada. Fique tonta”, enfatiza. Na companhia do marido, Deise foi até a casa da mãe para lhe fazer um pedido urgente, “que independente do que acontecesse comigo, ela iria ajudar a cuidar das crianças com o Márcio. Eu só pensava ‘eles são muito pequenos para ficarem sem mim’. Tentei não chorar na frente dela, mas em casa chorei e só pensava que iria morrer.”

    Com o marido em uma das fases mais agressivas do tratamento | Foto: Arquivo Pessoal

    O tratamento de Deise consistiu em 16 sessões de quimioterapia, 15 sessões de radioterapia e mais 12 sessões de imunoterapia. Além de tudo isso, ela fez a retirada da mama. A cirurgia para colocação de uma prótese deve ocorrer no próximo ano. “Sigo fazendo imunoterapia. Estou bem, ainda sinto dores musculares, minha pele ficou mais queimada, como reflexo da radioterapia, mas sei que vai passar”, reforça.

    Apesar de todo processo, a auxiliar legislativo salienta que sempre buscou se manter ativa na medida do possível e com a cabeça ocupada. Por isso, optou por seguir trabalhando na Câmara de Vereadores de Venâncio Aires. “Ninguém me obrigou a nada e isso foi muito legal. Mas eu quis. Queria ocupar minha cabeça, não pensar em nada. Sempre tentei a normalidade dentro do possível.” Deise revela que contou a situação para os filhos, mas suavizou os detalhes. “Eles sempre foram minha fortaleza. Sei que eles sempre observam. Meu marido sempre foi um parceiro”, detalha.

    Para ela, o diagnóstico rápido, bem como o tratamento iniciado logo após a descoberta, foi fundamental. “Se não fosse isso, quem sabe não estaria mais aqui. Por isso, agradeço que descobri logo [o câncer]. Cada dia que passa aproveito mais cada momento, valorizo as pequenos coisas, os pequenos prazeres.”