De Olho no Agro

Em dez hectares, produtor inova e cultiva 25 culturas de alimentos

Publicado em: 26 de maio de 2022 às 13:19 Atualizado em: 03 de março de 2024 às 20:09
  • Por
    Ricardo Luis Gais
  • Fonte
    Portal Arauto
  • Foto: Ricardo Gais/Portal Arauto
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    Morador de Vale Verde, Rodrigo de Oliveira enxerga no campo o seu futuro e aposta na incrementação da propriedade para a sucessão familiar

    O técnico agrícola Rodrigo da Silva de Oliveira e sua família apostam há sete anos na produção de alimentos na área rural de Vale Verde. Em 10 hectares de terra, ele produz 25 culturas diferentes e é dali que tira a maior parte de sua renda. Com um carinho especial pela agricultura, Rodrigo – que trabalha também como representante técnico em uma empresa – deseja futuramente ter como sustento apenas a sua propriedade. Mas, para isso, ele sabe que deve estar atento às tendências do mercado e apostar em novidades.

    Ele, juntamente com a esposa Katieli da Silva Oliveira da Luz – que auxilia na propriedade e também trabalha em uma agropecuária – e os filhos Eric Moraes Oliveira, de 17 anos, e Lucas Moraes de Oliveira, de 15 anos, e a filha mais nova, Bruna, começaram a produzir do zero na propriedade. “Fomos testando quais as plantações que melhor se adaptariam aqui na propriedade. Também, por ser representante e conhecer várias propriedades, eu conversava com produtores da região sobre o que seria melhor para plantar, como no caso das uvas, em que conversei com o pessoal da Casa Valduga, em Encruzilhada do Sul, e plantei aqui nas minhas terras e deu certo”, contou Rodrigo.

    O técnico agrícola revela que iniciou a produção com melancias, que continuam sendo o carro-chefe da propriedade. Atualmente, ele também cultiva a plantação de morango, banana, tomate, verduras, hortaliças, uva, maracujá, pêssego, mamão, abacaxi, maçã, milho, batata doce, além de peixes e abelhas para produção de mel, entre outros. “As que mais nos dão retorno financeiro são a banana, a uva e a melancia”, frisa.

    Toda mão de obra empregada no local é familiar, sendo que apostam na propriedade como sendo a única fonte de renda futura, por isso desejam incrementá-la. “Queremos abrir a propriedade e criar aqui o sistema colhe e pague, onde o pessoal pode vir colher seu próprio produto e conhecer como ele é produzido, além de criar um quiosque para degustação dos produtos da época, como uva e melancia”, pontua.

    Tudo o que é produzido no local é comercializado na feira rural do município, bem como para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do Governo, destinado à merenda escolar, na Cooperativa de Passo do Sobrado e para restaurantes.

    Conhecimento é o principal para uma boa produção

    Rodrigo conta que o conhecimento aliado à assistência técnica é fator importante para saber o que se desenvolve melhor na propriedade. “Algumas espécies de maçãs, por exemplo, não vão se desenvolver em determinadas regiões, já outras vão, por isso temos que fazer essas experiências para saber o que plantar, além de ter um técnico agrícola para ajudar durante esse processo”, explica.

    Ele pontua que quem deseja iniciar sua produção terá que ter paciência, pois muitas culturas demoram a se desenvolver e, por isso, recomenda começar por produtos como hortaliças, que têm um tempo de produção menor e retorno financeiro mais rápido. “Se ele quiser produzir maçã ou uva, por exemplo, pode demorar até três anos para começar a ter produção. O produtor precisa deixar a fruta fechar seu ciclo de produção na lavoura, para assim ter um resultado satisfatório e um bom produto”, esclarece.

    Sucessão familiar na propriedade

    Rodrigo deseja criar e deixar para seus filhos uma propriedade em que valha a pena continuar a produção. O filho mais velho, Eric, que está se formando na Escola Família Agrícola (EFA), relata que pretende focar no trabalho da família. “Na escola eu aprendo muito sobre o manejo agroecológico e com certeza estar em uma EFA é um estímulo, pois eles prezam a agricultura familiar para a produção de alimento”, frisa o jovem. Já o irmão Lucas, também tem o interesse de ingressar na Escola Família Agricola.