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Cisvale amplia debate ao exibir soluções tecnológicas para desastres naturais

Publicado em: 25 de julho de 2024 às 09:44
  • Por
    Portal Arauto
  • Fonte
    Assessoria de Imprensa
  • FOTO: BRUNO PEDRY/NASCIMENTO MKT
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    Assembleia destacou projetos relacionados ao meio ambiente, nos quais a capacidade de resiliência e ações efetivas que precisam ser adotadas

    O Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale) realizou nessa quarta-feira, 24, a assembleia geral com prefeitos associados junto à Feira da Produção, em Vera Cruz. Na pauta do consórcio, projetos e propostas pós-enchentes para a adaptação e reconstrução dos municípios.

    Conforme a presidente do Consórcio, Sandra Backes, após os eventos climáticos de maio, a realidade da região foi completamente alterada. “Nosso próprio município (Sinimbu) acabou se tornando um grande laboratório de estudo para que se tome decisões e medidas neste pós-enchente”, define.

    O engenheiro civil Lucas Reginato, apresentou um novo método de avaliação para uma edificação atingida por enchentes. “A ReHabilar tem como proposta ir além dos problemas causados pelas enchentes, entender quais os problemas que poderão surgir a partir do evento de enchente e mapear custos para a recuperação”, conta o engenheiro.

    Segundo ele, a partir do estudo e mapeamento detalhado das edificações, torna-se possível criar projetos e cronogramas de recuperação, com a capacidade de quantificar estes recursos. “A avaliação dura em torno de 15 minutos, fazendo com que os dados estejam disponíveis ao gestor em quase tempo real. Avaliamos 50 edificações em Sinimbu, e pudemos constatar até o tipo de material utilizado nas edificações. Isso pode inclusive estar definindo nos planos diretores dos municípios, para criar estratégias de reabilitação nestas áreas”, revela.

    A necessidade de municípios resilientes

    Conforme o pesquisador da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Daniel Allasia, inundações estão entre os principais desastres naturais, especialmente nas pequenas bacias hidrográficas, situação que torna este tipo de evento praticamente inevitável. “Percebemos que é dada maior atenção à região Metropolitana, e os municípios da região Central acabaram ficando em segundo plano”, aponta o pesquisador.

    Segundo ele, em média, a cada 20 anos uma grande enchente atinge municípios da região, e isto não está mapeado em níveis federais. “O que se precisa trabalhar é que estes municípios, onde ocorrem estes eventos cíclicos precisam estar preparados e equipados. Um dos primeiros pontos é mapear por batimetria o fundo dos rios, para criar as estratégias nas cidades”, diz Alassia, ao destacar que além destas ações, a previsão de desastres precisa estar focada na mancha de inundação e áreas que serão atingidas em um evento. Segundo ele, hoje este serviço não existe no Rio Grande do Sul.

    Na avaliação do pesquisador, é necessário que consórcios regionais sejam utilizados como parceiros para a captação de recursos para implantar soluções resilientes, com capacidade de suportar desastres naturais, com o mínimo de perda ou risco à população.

    Sinergia para a região

    Conforme o professor e pesquisador da Universidade de Santa Cruz do Sul, Marcelo Luís Kronbauer, o conceito de resiliência está muito próximo da sinergia regional, para que as ações que precisam ser tomadas sejam otimizadas, quanto ao uso de recursos e assertivas no que se refere aos resultados. “Todos os projetos que estão em abafamento e que são propostos precisam desta sinergia na região, porque precisaremos deixar de pensar nos limites dos municípios neste novo normal”, define.

    A Unisc também prepara a instalação de estações de monitoramento nas bacias hidrográficas, para gerar informações e dados de precisão para o alerta às comunidades ribeirinhas e municípios banhados pelos rios. “Estamos juntos para, inclusive, buscar recursos para a implementação destas ações, para não onerar as prefeituras com estas ações e dispositivos para auxiliar no trabalho de prevenção e resposta rápida aos eventos”, complementa Kronbauer.

    Em sua manifestação, a presidente do Cisvale destacou que urge a necessidade de inclusão da região no Plano Rio Grande, criado para a adaptação das áreas atingidas pela catástrofe do clima. “É essencial que sejamos incluídos neste projeto, pois todos os municípios da nossa região precisam de planos e programas coletivos para recuperação e adaptação a esta nova realidade”, define Sandra Backes ao antecipar que será criada uma Comissão Regional, por meio do Cisvale, Amvarp, universidades, faculdades, e outras entidades regionais, para desenvolver ações e projetos para o Vale do Rio Pardo, com foco na prevenção e adaptação aos eventos climáticos.

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