Segundo Bruno Faller, diversos contratos essenciais foram incluídos apenas parcialmente na peça orçamentária deste ano
Os primeiros 100 dias de Bruno Faller à frente da Secretaria da Fazenda de Santa Cruz do Sul foram marcados por ações voltadas à contenção de despesas e diagnóstico do cenário financeiro da prefeitura. A principal meta do período tem sido reduzir o déficit orçamentário que atinge diversas áreas da Administração Municipal.
Em entrevista à Arauto News 89,9 FM, o secretário destacou que mais de 14 mil documentos foram assinados e pagos nesse período, com a emissão de mais de 6 mil ordens de compra para diferentes secretarias e convênios. Faller ressaltou que todas as compras e pagamentos municipais, com exceção de medicamentos e equipamentos específicos da Saúde, passam pela Fazenda, o que amplia a responsabilidade da pasta sobre a execução orçamentária.
Segundo o titular da pasta, a situação é considerada preocupante, especialmente nas áreas da Saúde e do Desenvolvimento Social, que concentram os maiores déficits previstos para 2025. Ele revelou que há uma lacuna de pelo menos R$ 40 milhões no orçamento atual, valor para o qual ainda não há fontes de recursos definidas. Um exemplo citado é a previsão de falta de recursos, a partir de junho, para manter os repasses ao Hospital Santa Cruz, no valor de R$ 724.636,84 por mês. “Isso se repete em julho, agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro. Esse recurso não está“, afirmou.
A principal crítica feita pelo secretário é à chamada “pedalada orçamentária” – prática fiscal que visa melhorar artificialmente as contas públicas – de 2024 para 2025. Segundo ele, diversos contratos essenciais, como os de recolhimento de lixo e atendimento hospitalar, foram incluídos apenas parcialmente na peça orçamentária deste ano, como se os serviços não fossem mais prestados nos últimos meses do ano. “Se nós olharmos no balanço, isso não aparece. Por quê? Porque esses recursos não foram lançados no orçamento. Então, é como se eles não existissem”, disse. “Temos, no mínimo, R$ 40 milhões que nós não estamos ainda tranquilos de onde nós vamos retirar, os outros recursos nós estamos vendo possibilidades, mas ainda há muito trabalho a ser feito”, completou.
Apesar da dificuldade, Faller garantiu que os serviços de saúde não sofrerão descontinuidade e que a pasta trabalha com prioridade máxima para assegurar os repasses a hospitais, UPAs, UTIs e demais unidades vinculadas à rede pública. A Educação, por outro lado, foi apontada como uma área com a situação sob controle, devido ao recebimento regular de verbas vinculadas e à estabilidade dos projetos em andamento. Já outras pastas devem passar por novos cortes para que a Saúde seja atendida.
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