Paulo Nery, mais conhecido como Pinho, relembra trajetória e fala de histórias que marcaram a profissão
Nesta quarta-feira (25) é celebrado o Dia do Carteiro. A data teve origem em 1663 quando a Monarquia Portuguesa no Brasil criou o cargo de Correio-mor. A partir de então, os mensageiros seriam de fundamental importância na história do Brasil. Por exemplo, a proclamação da independência do Brasil por Dom Pedro I, foi o carteiro Paulo Bregaro que entregou correspondências que decidiram a proclamação, em 7 de setembro de 1822.
Após esta breve introdução, chegamos ao ano de 2023, no qual a profissão continua em alta, principalmente com a entrega de encomendas. Há 34 anos na profissão, o carteiro Paulo Roberto Nery, de 55 anos, mais conhecido como Pinho, carrega consigo histórias marcantes e, aos seus olhos, acompanhou de perto o desenvolvimento de Vera Cruz.
Morador do Bairro Imigrante, e sempre atuando em Vera Cruz, ele conta que conhece muitas pessoas por causa das entregas e acompanhou o crescimento da cidade. “A cidade se desenvolveu muito, tanto em população quanto em empresas e moradias. E com isso, ao longo dos meus anos de profissão, lembro de histórias marcantes”.
Pinho relembra do dia em que entregou uma carta para uma senhora. “Na época tinha o Aviso de Recebimento (AR), no qual a pessoa que recebeu deveria assinar. Essa senhora assinou, mas não quis me devolver o comprovante de jeito nenhum. Eu conhecia o filho dela, e fui lá conversar com ele para que ele me entregasse o AR. As pessoas idosas, algumas ainda são desconfiadas em assinar algo e nos entregar”, contou.
Outro momento que Pinho frisou foi na época em que um estagiário dos Correios fez uma de suas primeiras entregas. “Ele foi entregar o Telegrama, mas no momento de entregar ao destinatário entregou o canhoto de comprovante, e voltou na base e me entregou o Telegrama, foi engraçado. Então falei para ele ir lá e fazer a troca”.
São histórias como essas que marcaram a vida do carteiro. Além disso, ele também foi mensageiro de histórias. “Entreguei telegramas para pessoas que aguardavam por um emprego e ali eu entregava a notificação da vaga. Isso era gratificante. Também entreguei cartas com mensagens não tão boas, como cartas informando o falecimento de um ente querido. Eram situações que faziam parte da nossa profissão”, contou.
A chegada aos Correios
Paulo iniciou trabalhando como jornaleiro, entrou para o quartel e também trabalhou na Kopp Tecnologia, mas foi nos Correios que ele se encontrou. “Eu não gosto de trabalhar em locais fechados, pois gosto de ter esse contato com as pessoas e a rua”.
A chegada aos Correios aconteceu em 29 de julho de 1989. “Na época não existia concurso. Foi através de uma prova que entrei para essa profissão. O primeiro exame foi em Santa Cruz e o segundo em Porto Alegre, no qual fui aprovado”, relembrou. “Assim como em todas as profissões, temos o lado bom e o não tão bom. Tem dias que realizamos entregas no calor do verão ou na chuva fria de inverno. Eu vejo que os jovens que iniciam na profissão, muitos não ficam e procuram outra função na empresa ou outro serviço”, acrescenta.
Das cartas às encomendas
O carteiro contou que atualmente não se entrega mais cartas, o que era o carro-chefe da empresa. “É muito raro entregar alguma. Hoje é mais boletos e encomendas, pois as pessoas passaram a comprar mais pela internet, principalmente durante a pandemia. Por dia, eu realizado, em média, cerca de 110 entregas de 150 volumes”, contou.
Planos futuros
Aposentado há quatro anos, Pinho tem ideais para o futuro, mas não quer ficar parado. “Sou envolvido com a Igreja Batista Nacional, que passa por uma junção com Santa Cruz. Não quero ficar parado, não vejo como algo bom para a cabeça”.
Como mensagem para quem quer trabalhar nos Correios, ele fala que o ponto principal é trabalhar com o que se gosta. “Tem que ser um trabalho que gere alegria e motivação, e não algo que não te faça feliz. O Correios me faz feliz; é assim que me sinto”, finaliza.
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