O mês de novembro também tem a cor roxa para lembrar a prematuridade
Eles parecem frágeis, mas são super-heróis em miniatura. Às vezes, bem miniatura. O nascimento de um filho, tão aguardado, também pode estar cercado de medos e angústias, incertezas e dúvidas. Mas os prematuros costumam dar muitas lições. Fé é uma delas. Aos familiares e aos profissionais da saúde, o significado prático de resiliência.
Quando a mulher recebe o resultado positivo no exame de gravidez, parece natural o pensamento voar. A imagem da criança rechonchuda, de comercial de shampoo, é quase inevitável. A barriga cresce, o relógio passa a ser contado em semanas e o tipo de parto é discutido. Os pais fazem planos de sair do hospital direto para casa e receber todo o esperado carinho das visitas. O nascimento pode vir cheio de surpresas. Pode vir antes, muito antes do previsto. O mês de novembro, já conhecido pela conscientização quanto ao câncer de próstata (novembro azul) tem mais uma cor: roxo. E chega para lembrar a prematuridade.
Joaquim nasceu com 30 semanas de gestação, pesando 1.280 quilo e com 40 centímetros. Teve que ficar 43 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. A mãe, Indira Dini Schwengber, foi diagnosticada com a Síndrome de Hellp, a forma mais grave de pré-eclâmpsia (doença relacionada à hipertensão). Sem entrar em trabalho de parto, a cesariana tinha que ser feita com urgência.
Com formação em obstetrícia, além de ginecologia e mastologia, Indira fez muitos partos e cesáreas de prematuros, mas depois não acompanhava eles na UTI neonatal; por vezes ficava sabendo as notícias de alguns bebês. Mas o acompanhamento mesmo era com a equipe da pediatria. “Foi minha primeira experiência real com a prematuridade”, confessa.
Medo
Quando soube que o Joaquim teria que nascer, Indira diz que não teve medo nenhum por ela, sabia que era o melhor a ser feito. Estava confiante de que os dois ficariam bem. “Mas na hora da cesariana, veio um medo repentino… uma dúvida de como ele iria nascer…se iria respirar sozinho ou se precisaria ser intubado, se teria forças para enfrentar tudo o que vinha pela frente… Tive muito medo! Medo de perder o meu gurizinho! De repente, ouvi um choro forte… muito mais forte do que eu imaginava ouvir. Que emoção! A pediatra deixou eu vê-lo e dar um cheirinho e um beijinho nele (o cheiro nunca vou esquecer)”, relembra a médica. Era dia 19 de outubro de 2016, às 22h.
Junto do pai, também médico, Alex Schwengber, Joaquim foi levado para os cuidados após o parto. Não tardou para o marido de Indira voltar e anunciar que o filho não precisaria ser intubado e que ele ficaria numa sala junto com os prematuros de “tamanho médio” – não era dos mais pitoquinhos. “Fiquei tão feliz! Até disse: em dois anos estarei aqui de novo pra ter o segundo”, disse ela, que está na reta final da gestação de Cecília. Coincidências à parte, os dois terão um ano e 45 dias de diferença.
Passadas as primeiras horas de recuperação, naturalmente a mãe queria ir na UTI. “Ver ele, pegar no corpinho, mesmo que só por fora da incubadora, fez a gente acreditar que o nosso amor seria a fonte da recuperação dele. Só pude pegá-lo no colo a primeira vez após 10 dias… a melhor sensação que tive. Senti a sua fragilidade, mas também senti que ele tinha uma força muito grande e que atingir os objetivos para a alta era uma questão de tempo… e de paciência! Mas certamente aprendi uma coisa nova: ter resiliência.”
Reportagem completa no Jornal Arauto de hoje
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