É preciso muita união nesta terra amiga. Ser fiel e gentil, pois só assim reina a paz que essa Cruz santa ao sul levanta, sob o lenho de Jesus
Por sobre as nossas lindas terras, o imigrante loiro andou, transpôs as nossas verdes serras e longe do lar chorou, chorou … Era preciso procurar terra seca, terra alta, porém não longe demais de um curso d’água.
Longe no horizonte era possível vislumbrar a silhueta do morro Botucaraí, no formato do que seria, depois, o amado fusca.
Era muito doloroso deixar a mãe pátria e se aventurar com a família pelo mar bravio, em frágeis embarcações, durante longos meses. Alguns pereceram nessa travessia, outros ficaram doentes, mas seguiam rumo à esperança.
Na troca de mãos do Estado do Rio Grande do Sul – pela sucessão de tratados entre Portugal e Espanha, a província pertencia à Espanha – vieram os imigrantes em busca de uma vida melhor, seduzidos pelo sonho de uma colônia de terras para plantar.
Acolhidos na colônia de Santa Cruz, nosso dadivoso chão, como enorme coração, desvendou-lhe a sorrir mil promessas de provir.
Com sementes e parcos recursos materiais, precisavam abrir picadas e construir suas casas, aproveitando a madeira do lugar.
A união de todos e o auxílio daqueles que vieram antes, permitiam estabelecer-se precariamente até cultivarem produtos de subsistência. Era preciso enfrentar as intempéries, os animais selvagens e até os indígenas, primeiros habitantes da região.
Acostumados ao rigores do inverno da Europa e à insanidade das guerras, ao sol ardente destes céus acenderam-se os ideais. Logo uniram-se em sociedades de tiro e de canto, criaram-se escolas e igrejas para professarem seu culto. Nas forjas surgem os troféus e na campina em flor as catedrais.
Desmembrado de Rio Pardo, eis que nasce o valoroso Município que logo se destaca no cenário do País. Da fábrica de gelo à cervejaria Polar, das fumageiras ao Banco Agrícola Mercantil – onde cheguei a trabalhar já como Unibanco – das ruas largas e perfeitamente traçadas, à água límpida da nascente da Gruta. Foi brotando deste afã, da bravura alemã, a terra amiga, crente e santa.
Não é só o trabalho que levanta e mantém uma comunidade. É preciso muita união nesta terra amiga. Ser fiel e gentil, pois só assim reina a paz que essa Cruz santa ao sul levanta, sob o lenho de Jesus.
- Uma homenagem neste aniversário do município à professora Elisa Gil Borowsky autora da letra do Hino de Santa Cruz.
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