Tempos atrás, em uma pequena vila distante, havia um lugar conhecido como a Casa dos Mil Espelhos.
Um dia, um cãozinho alegre decidiu visitar. Subiu as escadas saltitando, com as orelhinhas em pé e o rabo abanando feito festa.
Ao entrar, viu mil cãezinhos felizes abanando o rabo de volta. Sorriu… e recebeu mil sorrisos de volta.
Saiu encantado, pensando: “Que lugar maravilhoso! Quero voltar sempre.”
Pouco tempo depois, outro cãozinho, mais triste, mais desconfiado, também resolveu conhecer a casa. Subiu devagar, em silêncio, com o coração pesado.
Ao entrar, viu mil olhares hostis. Rosnou… e mil cães rosnaram de volta.
Saiu assustado, dizendo: “Que lugar horrível! Nunca mais volto aqui.”
A casa era a mesma.
O que mudou foi o reflexo.
Assim é a vida.
O mundo nos devolve o que entregamos.
Os rostos que cruzamos todos os dias — no trabalho, na rua, dentro de casa — são espelhos.
E às vezes, sem perceber, a gente se assusta com o reflexo do que carrega por dentro.
Você já parou pra pensar que o que mais te incomoda no outro talvez seja o que você ainda precisa curar em si?
Porque somos a soma das lembranças que guardamos…
dos silêncios que respeitamos…
dos afetos que semeamos.
Somos as batalhas que superamos, os erros que admitimos, os recomeços que tivemos coragem de tentar.
Somos reflexo do amor que oferecemos — e da fé que, mesmo em silêncio, nos sustenta.
A vida é feita de espelhos invisíveis.
E a forma como nos enxergamos define como seremos enxergados.
Hoje, eu te convido a refletir:
O que você tem oferecido ao mundo?
O que o mundo tem te devolvido?
Talvez não seja o lugar que precise mudar.
Talvez sejamos nós que precisemos entrar com o coração mais aberto.
Porque no fundo, o mundo é a Casa dos Mil Espelhos.
E o reflexo… começa em você.