A ideia de que, em algum lugar, existe alguém feito sob medida para você…
Alguém que encaixa perfeitamente, que chega para preencher cada vazio, cada silêncio.
Eu sei, seria lindo dizer aqui na rádio que essa pessoa existe. Que, em algum canto desse mundo, o amor da sua vida te espera, pronto para ser tudo o que você sempre sonhou.
Mas… e se eu te dissesse que não é bem assim?
O que existe de verdade não é alguém que venha para te completar — é você, inteiro, radiante, feliz consigo mesmo.
É você brilhando tanto que, naturalmente, atrai pessoas que querem estar perto dessa luz.
E então, a mágica verdadeira acontece. Não é destino, nem um encontro predestinado. É química, é troca. É aquele olhar que faz o coração bater mais rápido, aquela risada que te faz sorrir junto.
Mas, e as almas gêmeas?
Ah, elas não nascem gêmeas. Elas se tornam.
Porque um dia, a pessoa que você ama acorda com o cabelo bagunçado, um humor estranho, e até aquele bafo matinal. E você segue ali.
Descobre que ela não suporta sua série favorita, não entende sua paixão por sushi e, veja só, até detesta aquele barzinho com voz e violão.
E é aí que o verdadeiro amor começa.
As almas vão se ajustando. Um cede aqui, o outro aprende ali. Um começa a gostar de acordar cedo só pra tomar café junto, o outro fica acordado até mais tarde para assistir aquele filme abraçado.
De repente, as diferenças vão virando cumplicidade.
Um pega um pedacinho do outro — e, aos poucos, vão ficando parecidos.
Nem sempre é fácil. Às vezes, dói um pouquinho abrir mão de algo. Mas, no fim, quando você percebe…
As almas já não são mais as mesmas. Elas caminharam, cresceram e, sem nem perceber, se tornaram tão próximas, tão conectadas…
Que parece até que nasceram gêmeas.